São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Agências têm sistema para evitar enganos

DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro do programa destinado a reduzir os erros cometidos em suas edições, a Folha identificou as agências internacionais como fonte de uma parcela das informações incorretas ou imprecisas que repassa diariamente a seus leitores.
Nenhuma das sete agências consultadas pela Folha atinge o objetivo de operar sem erros. A equipe responsável pelo programa coletou alguns exemplos de enganos:
a) a AP dizia, a 20 de maio, que a produção iraquiana de petróleo era de "3,4 bilhões" de barris diários, quando, em verdade, chegou a no máximo 3,4 milhões;
b) a Efe anunciava, a 26 de maio, que desde 1973 os Super Sonics não eram finalistas da NBA. A data correta é 1979;
c) a Reuters, a 5 de junho, informou que, no campeonato grego de futebol, as equipes do Paok e do Panathinaikos empataram em 0 a 0. Depois de 67 minutos, veio a correção. O Panathinaikos ganhara por 1 a 0;
d) telegrama da DPA informava, dia 18, que Netanyahu obteve no Knesset 120 votos contra 62. Seria um total de 182 cadeiras no Parlamento israelense, que possui, em verdade, apenas 120.
Outro lado
As agências internacionais admitem que cometem erros, mas afirmam dispor de mecanismos internos de controle para evitar que eles ocorram com frequência.
Peter Muello, editor-chefe da Associated Press no Brasil, diz haver uma instrução da sede para que qualquer engano seja imediatamente corrigido por um despacho urgente. "Por vezes, somos induzidos ao erro por fontes locais, como aconteceu recentemente em Osasco, com relação ao número exato de mortos após a explosão do shopping."
Para o correspondente-chefe da Reuters, Adrian Dixon, "a qualidade da informação transmitida aos assinantes está na base da credibilidade da equipe da agência".
Segundo ele, a Reuters faz correções e estimula os jornalistas a admitirem que erraram.
Oliviero Pluviano, diretor da Ansa no Brasil, diz que detectar eventuais enganos é uma das atribuições de um editor em Roma. Quando algum erro é julgado grave, a equipe do país que o cometeu recebe uma reclamação por escrito.
O diretor da EFE no Brasil, Zoilo Martinez de La Vega, diz que, em Madri, editores relêem os despachos e mantêm um dossiê com os erros cometidos pelas sucursais e correspondentes.

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