São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia pede dinheiro aos comerciantes

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ajuda financeira da população de Brasília à Polícia Militar começou há cerca de quatro anos nas áreas nobres da cidade.
Hoje, é prática comum em quase todos os bairros -inclusive nas favelas.
Na maioria dos casos, o pedido de ajuda parte da própria PM. Foi o que aconteceu no SCS (Setor Comercial Sul), onde está concentrada grande parte dos escritórios da cidade.
O 1º Batalhão -responsável pelo policiamento da área- tinha pronto um plano de segurança para diminuir o tráfico de drogas e o punguismo (furto de carteiras).
Como não havia verba para a implantação do plano, solicitou cooperação financeira dos comerciantes locais.
Em agosto, o plano entra em ação. Os comerciantes se cotizaram e compraram 12 coletes à prova de bala, 12 radiotransmissores e quatro motocicletas. Também reformaram uma perua.

Posto policial Em janeiro, eles já haviam comprado uma casa pré-fabricada de madeira, que estava sendo usada por uma empresa de produtos odontológicos, e a transformaram em posto policial.
Os próprios comerciantes compraram os móveis para equipar o posto.
O prefeito do SCS, Hermany Oliveira Xavier, afirmou que, depois da instalação do posto com os recursos dos comerciantes, houve "redução expressiva" da ação dos batedores de carteira.
Na Vila Planalto (setor de classe média baixa), a associação de moradores fez uma rifa e conseguiu arrecadar R$ 3.000 para construir um posto policial no local.
Antes, já havia feito diversas passeatas cobrando do governo a construção do posto.
Outra prática comum é a compra de carros para serem usados pela polícia.
As empresas de transporte de cargas já doaram dois carros ao 4º Batalhão -que faz o policiamento do setor de cargas: um Chevette (há três anos) e um Gol (em fevereiro).
Os moradores do Parkway (área nobre de Brasília) compraram uma Kombi, equiparam-na com radiotransmissor e a doaram à PM. Também reformaram três outras que estavam quebradas.

Texto Anterior: Maluf inicia obra sem autorização
Próximo Texto: Empresas vão investir R$ 2 mi em 18 DPs
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.