São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Compra de crédito sem uso do Proer fica difícil, diz Cutolo

MP permite usar programa apenas para quem transfere controle

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Caixa Econômica Federal, Sérgio Cutolo, disse ontem que a compra da carteira de crédito imobiliário do Bamerindus, sem liberação de recursos do Proer (programa oficial de ajuda aos bancos), torna a negociação difícil.
Cutolo disse que não conhece o tamanho da carteira imobiliária do banco do senador José Eduardo Andrade Vieira (PTB-PR), ex-ministro da Agricultura. Segundo ele, as características da carteira estão sendo analisadas pela área técnica.
A medida provisória que criou o Proer permite a liberação de recursos somente para instituições que façam a transferência de seu controle acionário.
Andrade Vieira nega que pretenda vender seu banco e afirma que a CEF pode adquirir sua carteira de crédito imobiliário sem que ocorra transferência do controle acionário.
"A MP não permite o uso de recursos do Proer sem transferência do controle acionário. É uma decisão do BC. As negociações com o Bamerindus ficam muito difíceis sem dinheiro do Proer", disse Cutolo.
As dívidas do banco com a CEF são de aproximadamente R$ 300 milhões, disse Cutolo.
A CEF está analisando a compra de 12 carteiras de crédito imobiliário de outros bancos com recursos do Proer.
Segundo Cutolo, os financiamentos do Proer poderão ser pagos no prazo de 20 a 30 anos.
O rombo potencial do FCVS é superior a R$ 50 bilhões, diz Cutolo, e tem custo mensal de R$ 1 bilhão. A CEF já comprou a carteira de crédito do Econômico.

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