São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996 |
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Emperra acordo entre Bamerindus e BC
GUSTAVO PATÚ
Essa era uma das formas para melhorar o caixa do Bamerindus: o BC compraria os títulos com desconto, transformando papéis de longo prazo em dinheiro vivo. Entretanto, surgiu um impedimento. Segundo o BC, o Bamerindus já vem contabilizando esses títulos no seu balanço pelo valor de face -valor integral dos papéis. Isso significa que ao vender esses papéis com deságio, mesmo recebendo dinheiro vivo, o Bamerindus prejudicaria seu balanço. O banco possui cerca de R$ 900 milhões em créditos contra o FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais), destinado a cobrir os subsídios dos financiamentos habitacionais. Se vendesse esses créditos por R$ 450 milhões -o BC queria fazer a compra com deságio de 50%-, o Bamerindus teria perda de igual valor em seu patrimônio. No BC, considera-se inviável comprar os títulos pelo valor integral. Se isso acontecesse, o Bamerindus receberia um privilégio que outros bancos não tiveram direito. Bancos já venderam Desde o lançamento do Proer (programa oficial de fusões bancárias), em novembro de 1995, o BC vem comprando créditos contra o FCVS em poder dos principais bancos privados. Bancos como Bradesco, Itaú, Unibanco e BCN venderam seus créditos contra o FCVS por cerca de metade do valor dos papéis. Segundo o BC, só entraram no negócio bancos que já descontavam em seus balanços a desvalorização dos créditos no mercado, uma vez que o FCVS não vem pagando suas dívidas. O interesse dos bancos na operação foi transformar em dinheiro vivo créditos que só se concretizariam a longuíssimo prazo. O interesse do BC foi tornar viáveis as fusões Nacional-Unibanco e Econômico-Excel. Ao intervir no Nacional, por exemplo, o BC comprou R$ 7,077 bilhões em créditos contra o FCVS. Os papéis, comprados em nome do Nacional, servirão para pagar o empréstimo de R$ 5,898 bilhões que o banco recebeu do Proer. O programa aceita títulos "podres" pelo valor integral, desde que representem 120% dos empréstimos. O presidente do BC, Gustavo Loyola, afirmou ontem que a CEF é "livre" para comprar carteiras de créditos imobiliários, inclusive a do Bamerindus, se houver interesse comercial por parte da instituição financeira. "A troca de carteiras de crédito é uma operação normal entre bancos", afirmou Loyola. Texto Anterior: Família Conde fundou banco Próximo Texto: Compra de crédito sem uso do Proer fica difícil, diz Cutolo Índice |
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