São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Ibovespa acumula alta de 54,7% no ano

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As Bolsas de Valores terminaram a semana eufóricas com a valorização consistente das ações da Telebrás, a blue chip das blue chips.
Na sexta-feira, ao final do pregão da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), os operadores pareciam nem lembrar das sombras lançadas sobre o mercado com a aprovação primária da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas na Bolsa paulista, fechou saltitante a 66.512 pontos, após um movimento geral de R$ 706 milhões. A alta no dia foi de 2,20%. No mês, a Bovespa acumula valorização de 10,06% e, no ano, de 54,7%.
Por trás dessa expressiva valorização -que faz das ações a melhor aplicação do ano até agora-, está a vedete Telebrás. Suas ações preferenciais, que até quinta-feira haviam subido 78,3% no ano, valorizaram-se mais 2,72% ontem, fechando a R$ 83,20 o lote de mil ações. As ordinárias subiram 1,68%, para R$ 73,20.
Ambas representaram ontem 74,3% do movimento no mercado à vista da Bovespa, o que dá uma idéia da importância da Telebrás na arrancada do Ibovespa.
Será que já deu? Afinal, tudo que sobe, desce. Não é o que pensam os operadores do mercado. Para muitos, a Telebrás tem fôlego para subir ainda mais.
A corretora Linear, que administra R$ 450 milhões de recursos de terceiros, prevê que os resultados da holding federal de telefonia sustentarão uma valorização do papel até R$ 130 por lote de mil.
"A performance da empresa é excelente. Projetamos, de forma conservadora, um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões neste ano e de R$ 5,2 bilhões em 1997. A R$ 83,20, a Telebrás PN ainda está barata", diz David Gotlib, diretor da Linear.
Ele lembra que essas projeções não têm nada a ver com as perspectivas de privatização da empresa, processo ainda indefinido.
Tamanho é o potencial da ação e sua participação nas Bolsas (no Rio, respondeu por 52% dos negócios à vista na sexta-feira) que a Telebrás segurou o pessimismo causado pela CPMF.
Também rebateu a alta dos juros nos Estados Unidos, durante a semana -alta, por sinal, enfraquecida: os juros dos títulos do Tesouro de 30 anos de prazo fecharam a semana a 7,03% ao ano, após o pico de 7,20%.

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