São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996 |
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Novo atentado fere 28 em Moscou
JAIME SPITZCOVSKY
Mais de mil soldados foram mobilizados para aumentar o policiamento nas ruas de Moscou. O governo russo anunciou uma ofensiva contra "visitantes indesejáveis", referência a grupos étnicos do Cáucaso, sul da Rússia e cenário da guerra da Tchetchênia. O presidente Boris Ieltsin exigiu "ação dura" contra o terrorismo. Disse que a capital russa está "cheia de terroristas". O premiê Viktor Tchernomirdin chegou a noticiar a morte de uma pessoa no atentado de ontem, mas a versão foi negada por autoridades do Ministério da Saúde russo. Sete pessoas estão em estado grave, uma delas em estado "muito grave", segundo as autoridades. Hipóteses Ninguém assumiu a autoria dos atentados. O governo trabalha com duas hipóteses principais. A primeira se refere aos separatistas tchetchenos, que enfrentam ofensiva dos russos e prometeram levar os combates a Moscou. A segunda suspeita recai sobre grupos mafiosos, que estariam respondendo às medidas adotadas por Ieltsin e seu secretário do Conselho de Segurança, Alexander Lebed, para combater o crime. "Queremos limpar Moscou, nos livrar não apenas das pessoas sem moradia, mas também das que consideramos perigosas", disse o prefeito da cidade, Iuri Lujkov. O prefeito também lançou uma operação para fechar a maior parte dos cassinos da cidade. Desde o início da guerra da Tchetchênia, em 1994, a polícia aperta o cerco contra moradores de Moscou de origem tchetchena. Ontem, uma autoridade russa reconheceu pela primeira vez que o governo do país é parcialmente responsável pela recente volta dos combates na região, após trégua. "Estamos testemunhando um sistema de atos terroristas", disse Lujkov, depois de visitar o local da explosão, na avenida Mira, uma das principais artérias de Moscou. Iuri Lujkov disse que a bomba de ontem, colocada numa sacola sob um dos bancos do trólebus 48, continha 300 gramas de TNT. Ela trazia características semelhantes à bomba de anteontem. A onda de atentados começou em junho, com uma bomba no metrô. Na época, Ieltsin sugeriu que seus adversários neocomunistas seriam autores do atentado. Próximo Texto: Bertha ganha força ao atingir os EUA Índice |
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