São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Delegação leva 'sabor de pizza' a Atlanta

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

Rebizzi Parmigiano, Pelissari, D'Agostini, Maziero, Venturini. Se a delegação brasileira que vai aos Jogos de Atlanta tivesse um sabor, ele lembraria o da pizza, ou o de uma suculenta macarronada.
Isso porque, de todos os atletas que revelaram possuir alguma ascendência estrangeira, a maioria tem sangue italiano nas veias.
Entre os ítalo-brasileiros da equipe nacional encontram-se a judoca Cristhiane, os jogadores de handebol Ivan Bruno e Milton, a tenista Miriam e a jogadora de vôlei Fernanda, respectivos donos dos sobrenomes acima citados.
Quando os atletas do Brasil foram questionados pela Folha a respeito da nacionalidade de seus pais e avós, houve 300 respostas "brasileira" e 63 "italiana".
Os esportistas descendentes de alemães e portugueses vêm na sequência, com 35 e 16 indicações.
O resultado é reflexo da origem do grupo olímpico. A maioria nasceu em Estados das regiões Sul e Sudeste do país, locais de forte presença de imigrantes europeus.
Tal localização também pode ser responsável por outro dado revelado pela pesquisa: 64% dos atletas são brancos, contra 17,5% de pardos, morenos e mulatos e 13,1% de negros. O percentual de brancos na delegação brasileira supera o da população do país.
Segundo o Anuário Estatístico do Brasil de 1994, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55,3% dos brasileiros são brancos.
O número de negros do grupo também supera a média nacional: 4,9%. Os pardos, porém, perdem -são 39% da população do Brasil.
Ali, há 66% de brancos, 27,1% de pardos e 5,9% de negros. Atletas de origem asiática completam a lista, com representação de 1%.
Curiosamente, é entre os homens do grupo olímpico que há maior predomínio de brancos. São 67,9%, contra 15,7% de pardos, morenos e mulatos e os mesmos 15,7% de negros.
Entre as mulheres, a proporção é de 55,1% de brancas para 21,7% de negras e também 21,7% de pardas, morenas e mulatas. Apesar de haver nove descendentes de japoneses, apenas dois se declararam de cor "amarela" ou "mestiça".

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