São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Atleta dispensa atitude 'correta'

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

As denominações "politicamente corretas", em voga na terra da Olimpíada, os EUA, passaram ao largo dos atletas brasileiros ao definirem suas cores e ascendências.
Termos como "negra", "preta" ou "mulata" são considerados pejorativos no novo vocabulário norte-americano, país de antiga tradição de conflitos raciais.
A própria sede dos Jogos Olímpicos, Atlanta, e o Estado da Georgia são famosos pelos choques entre brancos e negros.
Nos EUA de hoje, os negros são tratados como "afro-americanos". Os descendentes de italianos, como "ítalo-americanos".
Na delegação brasileira, a única esportista que se definiu como descendente de africanos foi a judoca Edinanci Silva.
A levantadora Fofão partiu para o extremo oposto e se disse "mulata", denominação que consagra, no imaginário coletivo, um tipo de mulher sensual e de exportação.
Já a designação "parda", usada inclusive pelo IBGE, mas também de cunho pejorativo (segundo o dicionário "Aurélio", pode significar "branco sujo"), foi utilizada por 17 atletas.
(MT)

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