São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996 |
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Delegado monta banquinha e troca moedas
ANDRÉ LOZANO
"O meu conhecimento de moedas e cédulas ajuda na minha profissão. Sou capaz de identificar uma nota falsa com facilidade", afirma Camassa. Segundo ele, a raridade de uma moeda não está relacionada a sua antiguidade ou ao material (ouro ou prata, por exemplo), mas sim à dificuldade de encontrá-la. Músico Tocar violão ou recitar uma poesia, de autoria própria, são as "armas" usadas pelo delegado de Franco da Rocha, João Duran Filho, 49, para acalmar pessos que chegam nervosas em sua delegacia depois de terem sido assaltadas ou de terem perdido os documentos, por exemplo. "A música funciona como uma terapia para mim e para as vítimas. A gente toca uma musiquinha no violão ou recita uma poesia para ajudar a pessoa a relaxar. No final, ela sai contente e com outra impressão da polícia", diz Duran. "Toco minhas músicas no final do expediente ou na hora do almoço. Elas sempre falam de amor. O que me inspira são as flores, e as mulheres são as flores que enfeitam o jardim da minha vida." "Investipoeta" O investigador de polícia José Ademilson da Silva, 39, disse que precisou vencer o preconceito da polícia em relação ao seu hobby, a poesia, para hoje ser reverenciado no meio policial como o "investipoeta". "Sofri dez transferências sob alegação de que a polícia não tinha lugar para poeta", disse Silva, que afirma ter suas "horas de inspiração" na madrugada. Hoje ele trabalha no 58º DP, na Vila Formosa (zona leste). "Como poeta, acho que há a polícia comete excessos. Mas, como investigador, acredito que esses excessos, algumas vezes, se tornam extremamente necessários." Segundo Silva, seu "lado sensível" o faz compor poesias indiscriminadas. "Faço poesia para colegas, policiais mortos no trabalho, vítimas e presos", afirmou o investipoeta. Texto Anterior: Policial divide tempo entre o Belenzinho e o litoral Índice |
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