São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Ganhe dinheiro com livros raros e velhos

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Compre e esqueça na prateleira. Livros raros, como a primeira edição de "Dom Casmurro", de Machado de Assis, ou edições da época do Brasil Império são peças que valorizam qualquer estante e podem se tornar bons negócios na hora da venda.
A valorização do livro nunca é imediata. É um investimento de pai para filho, que sempre acompanha a cotação do dólar e um pouco mais, conforme a procura pelo exemplar e seu estado de conservação.
É também um investimento de "marido para viúva", diz Aristóteles Alencar, diretor da livraria O Belo Artístico. "É comum empresários passarem 50 anos colecionando livros que são vendidos em 50 minutos por suas viúvas", diz.
Stefan Geyerhahn, sócio da livraria Kosmos, diz que colecionadores compram, enquanto seus filhos e netos vendem e conseguem dinheiro no mercado.
"Livro raro, como toda antiguidade, é moda. Os assuntos prestigiados variam e é possível ganhar dinheiro com edições em voga", diz Margarete Elizabeth Cardoso, da livraria Kosmos.
Bola de cristal
Nesse mercado, ninguém arrisca qual será a valorização de cada obra. Mas há consenso sobre as edições antigas que têm seu preço constantemente em alta.
Estão cotados os livros dos "viajantes" -como são chamados os primeiros livros sobre o Brasil, escritos e desenhados por pesquisadores europeus; as primeiras edições e obras autografadas de autores brasileiros importantes, como Machado de Assis e José de Alencar, e aqueles impressos durante o Império.
São sempre livros com tiragens pequenas. Quando têm dedicatória, o preço sempre sobe.
Mesmo sem bola de cristal, também é possível arriscar palpites de edições mais recentes que tendem a se valorizar.
O livreiro Alencar aposta nos livros dos modernistas, como Mário de Andrade. "O papel dessa época se acidifica rápido e se estraga. As edições que sobrarem se tornarão raras em pouco tempo."
Primeiras edições de Guimarães Rosa, Jorge Amado, Monteiro Lobato e Castro Alves estão em alta.
Pedro Corrêa do Lago, que há dez anos montou uma livraria com peças raras, arrisca seu palpite: as primeiras edições de João Ubaldo Ribeiro, com dedicatória. "Mas é impossível prever quem será o gênio reconhecido daqui a 50 anos."

Onde encontrar- Corrêa do Lago: r. João Cachoeira, 267, tel. (011) 282-0066; O Belo Artístico: av. Angélica, 681, tel. (011) 66-8482; Kosmos, av. São Luís, 162, tel. (011) 258-3244 ou rua do Rosário, 150, tel. (021) 224-8616.

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