São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996 |
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Pedro Conde inicia sucessão no BCN
MILTON GAMEZ
"O primeiro passo, e o mais difícil, é o convencimento. Agora, estou decidido a dar andamento no processo no sentido da profissionalização total do BCN", disse Conde à Folha ontem, após o anúncio oficial da fusão com o banco do empresário Olacyr de Moraes. Com o negócio, Conde continuará controlando e presidindo o BCN, com 75% das ações de uma nova holding, que terá a participação minoritária (25%) de Olacyr. O banqueiro não pretende passar o bastão do BCN para seus filhos Pedro e Francisco -afastados há pouco tempo do negócio-, mas admite que a volta deles à instituição, como executivos, não está descartada. "Eu me dou muito bem com meus filhos. Se acertarmos uma situação no contexto de não perpetuar a família no comando do banco e profissionalizá-lo, existe a possibilidade de eles voltarem", disse Conde. Para analistas do mercado financeiro, contudo, essa hipótese é mais que remota. Ambos têm negócios próprios. Pedro é franqueado da KFC (Kentucky Fried Chicken) e Francisco tem uma empresa de assessoria financeira. O maior entrave à volta dos filhos seria o fim anunciado do personalismo no BCN, que não tem mais espaço para "prima-donas" como Conde -considerado um grande estrategista e influente no dia-a-dia da instituição. O patriarca, que herdou o BCN de seu pai, Francisco, e o comanda há mais de 40 anos, diz que há muita fantasia em torno de sua atuação no BCN: "Falam muita bobagem. Ninguém faz tudo sozinho, isso é mito". Mais jovem, Olacyr de Moraes, 65, também fala em sucessão em suas empresas, mais de 30 no total. "Tenho só um filho, o Marcos, e não existe mais aquela visão de ser dono de tudo. Vou me concentrar mais no que sei fazer melhor -construção civil, ferrovias e hidrelétricas- e passar adiante o comando do resto", disse Olacyr. Um exemplo disso foi dado por ele com a fusão do Itamarati ao BCN. Minoritário, Olacyr agora vai deixar a atividade financeira para quem vive, por enquanto, somente dela: Pedro Conde. LEIA MAIS sobre a fusão de Itamaraty e BCN na pág. 2-13 Texto Anterior: BCN assume controle do Itamarati Próximo Texto: Litígio encerrado; Primeiro edital; Segundo edital; Investimento de risco; Em desacordo; Boca no trombone; Investindo menos; Na Argentina; Mercado atraente; Sem casamento; Em expansão; Pessoa jurídica; Benefício legal; Ex-sócio; Consumo essencial; Sem aquecimento; Outro escape; Sub judice; Rescaldo do furacão; Nos emirados; Vendendo mais; Relato oficial Índice |
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