São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Cartas ao pai

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

As duas cartas inéditas a seguir, endereçadas por Euclides da Cunha ao pai, Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, são fundamentais, cada uma por um motivo.
Na primeira, o escritor, às vésperas de casar, manifesta o desejo de se afastar momentaneamente da vida política. Fala ainda de sua desilusão com Benjamin Constant, seu antigo professor e mentor, que descera "à vulgaridade de um político qualquer".
A segunda carta, de fevereiro de 1906, trata de um assunto mais delicado: as suspeitas que pesavam sobre a fidelidade conjugal de sua mulher, Ana Emilia, a Saninha.
Embora negue que tenha ciúmes da mulher ou desconfie de seu comportamento, Euclides dá a entender que é preciso cuidar das aparências para fazer frente à maledicência alheia.
Na verdade, durante a ausência de Euclides -que esteve durante todo o ano de 1905 no Norte do país, a serviço do Ministério do Exterior-, Saninha teve um caso com o oficial Dilermando de Assis, que a engravidou. O bebê nasceria em julho de 1906 e morreria algumas semanas depois.
(JGC)

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