São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Jatene quer verbas de mais impostos

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Saúde, Adib Jatene, não está satisfeito com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Quer vincular mais impostos à pasta.
A proposta que tem a melhor relação custo-benefício, na opinião do ministro, é a do deputado Carlos Mosconi (PSDB-MG).
Uma proposta de emenda constitucional assinada pelo deputado prevê a vinculação à Saúde da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
Em 95, a primeira arrecadou R$ 15,2 bilhões, e a segunda, R$ 5,85 bilhões.
Caso a proposta de Mosconi fosse aprovada, o Ministério da Saúde poderia contar com um orçamento anual de até R$ 30 bilhões.
Em 96, sem a CPMF, o Ministério da Saúde tem uma verba prevista de R$ 14 bilhões.
O deputado Eduardo Jorge (PT-SP) tem uma proposta mais radical: destinaria à Saúde 30% de todas as receitas da Previdência e 10% das receitas de impostos.
Isso proporcionaria à assistência médica e prevenção R$ 40 bilhões anuais. Jatene acha, porém, que a idéia de Mosconi tem mais chances de aprovação.
Ambas as propostas, porém, esbarram em problemas. Uma tira dinheiro da Seguridade, e outra, da Previdência. O rombo teria de ser coberto pelo Tesouro.
Além disso, as duas propostas vinculam recursos a uma área específica do governo, o que a equipe econômica abomina.
Remanejamento
O Fundo Social de Emergência, no ano passado, e o Fundo de Estabilização Fiscal, neste ano, tiveram por função desvincular uma parte dos recursos para "desengessar" o Orçamento, permitindo ao governo o remanejamento de recursos.
Jatene não tem medo de ser acusado de se preocupar mais com impostos do que com a Saúde.
"Todos nós estamos esperando a reforma tributária. Só que muita gente está esperando uma reforma tributária que reduza as alíquotas e, em consequência, reduza a arrecadação. Aí, não vai funcionar."
Ele diz que é preciso "reduzir as alíquotas e aumentar a arrecadação, o que significa incorporar a economia informal".

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