São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Oficinas mecânicas causam reclamações

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O cidadão comum não precisa saber o que é um virabrequim, uma biela ou juntas homocinéticas. Porém, ele deve conhecer seus direitos na hora de reclamar dos serviços prestados pelas oficinas mecânicas.
O pagamento de um guincho do local da quebra do veículo até o estabelecimento que o consertou, por exemplo, pode ser cobrado posteriormente da oficina, caso o consumidor comprove que houve falha no conserto.
O Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) atende centenas de consumidores por ano que reclamam sobre serviços prestados pelas oficinas mecânicas e de funilaria e pintura.
Apenas entre janeiro e abril deste ano, o Procon já recebeu 423 consultas (ver tabela nesta página).
A esteticista Lúcia Yamakawa, 46, recorreu ao órgão para reclamar do conserto de seu Escort 94 feito pela Auto-Elétrico Leal, em janeiro de 96.
"Na oficina, trocaram a bateria e deram um jeitinho no alternador. Mas, dias depois, o carro me 'deixou na mão' de novo", conta. Ela pagou apenas a primeira parcela do serviço (R$ 160) e sustou o segundo cheque. "Perdi a confiança na oficina porque fui lesada", diz.
Um dos donos da Auto-Elétrico Leal, Vahe Sarkis Semerdjian, 71, afirma que a cliente não exerceu seu direito de consumidora, trocando a peça que apresentou defeito. "Demos garantia, mas ela preferiu sustar o cheque", diz.
Segundo Semerdjian, os mecânicos da oficina aproveitaram o "corpo do alternador", trocando apenas os componentes internos para baratear o preço. A peça nova custaria cerca de R$ 800. "Fizemos o favor de parcelar e entramos pelo cano", lamenta.
O técnico de segurança Edmar Linhares, 35, recorreu ao Procon para reaver os R$ 160 pagos a um guincho particular para rebocar seu carro de Mongaguá (litoral sul de São Paulo) até a oficina mecânica que fez o conserto, no bairro do Ipiranga (zona sul).
"Trocaram várias peças, mas o carro continua com defeito. Quero que os donos da oficina paguem, pelo menos, o guincho", reclama Linhares.
Procon
O não cumprimento do prazo de entrega, a má execução dos serviços e a não-discriminação das peças trocadas são os principais motivos das reclamações recebidas pelo Procon.
Segundo a supervisora da área de serviços do órgão, Selma do Amaral, 38, é fundamental que o consumidor faça um boletim de ocorrência logo que constatar o defeito no conserto do veículo para fundamentar sua reclamação.

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