São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Moscou entra em estado de alerta

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Forças de segurança russas entraram ontem em estado de alerta por causa da ameaça de novos atentados, após duas explosões ocorridas na semana passada em trólebus de Moscou.
Uma granada da Segunda Guerra Mundial foi encontrada apoiada em um quiosque. Segundo a polícia, o artefato não apresentava perigo de explosão imediata.
Policiais receberam outras 28 denúncias de residentes, que suspeitaram de pacotes abandonados. Nenhuma delas se confirmou.
As duas bombas que explodiram, na quinta e sexta-feira passadas, estavam em bolsas colocadas sob assentos de trólebus.
Os dois ataques deixaram 33 feridos. Oito vítimas do ataque de sexta continuavam em estado grave.
O patrulhamento de rotina na capital russa está sendo reforçado por policiais à paisana e mil soldados do Ministério do Interior.
A principal preocupação é com o sistema de transporte da cidade.
Os rebeldes separatistas da Tchetchênia são suspeitos da autoria dos atentados, que seriam uma represália contra a ofensiva das tropas russas na república.
Os separatistas disseram que 400 pessoas, quase todas civis, morreram na última semana em bombardeios contra vilarejos controlados pelos tchetchenos.
As tropas russas suspenderam ontem o bloqueio contra o vilarejo de Gekhi, permitindo que a população voltasse ao local para verificar os estragos causados pelos bombardeios. Alguns moradores culparam o presidente Boris Ieltsin pela retomada da violência.
Segundo a administração local, os ataques a Gekhi deixaram 14 civis mortos e 72 feridos.
Uma agência de notícias tchetchena, sediada em Istambul (Turquia), recebeu telefonema atribuindo os ataques ao comandante tchetcheno Solta Ersanov.
O prefeito de Moscou, Iuri Lujkov, ofereceu recompensa por informações que levem à captura dos autores. A polícia divulgou retrato-falado de um suspeito.
Gore
O vice-presidente dos EUA, Al Gore, que chegou anteontem a Moscou, deve se reunir hoje com o presidente russo, Boris Ieltsin.
Será uma chance de discutir com Ieltsin sua política após a vitória eleitoral contra o neocomunista Guennadi Ziuganov. O vice-presidente dos EUA disse que vai debater o futuro das reformas russas.
Também é possível que o encontro com Gore forneça indícios de como está a saúde do presidente russo. Ele não aparece em público desde 26 de julho. Assessores dizem que ele teve um resfriado e problemas com a voz.

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