São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Chirac quer reduzir jornada de trabalho

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

O presidente francês, Jacques Chirac, defendeu ontem a redução da jornada de trabalho como "meio importante na luta contra o desemprego". "A França é um país onde a duração semanal, e mesmo anual, da jornada de trabalho é excessiva", afirmou.
Para ele, a redução da jornada de trabalho diminuirá o desemprego e melhorará a competitividade das empresas francesas.
Para reduzir a jornada de trabalho, Chirac afirmou que a sociedade e o governo devem ter "imaginação". A redução seria de 39 horas para 33 horas semanais, com corte de salário de 5%.
O desemprego é considerado o principal problema no país, que conta com mais de 3 milhões de pessoas sem trabalho.
Chirac disse que sua principal preocupação é controlar o déficit público para permitir um combate melhor ao desemprego.
"Não existe crescimento baseado na desordem das finanças públicas", afirmou.
Sem milagres
Como é tradição, o presidente francês faz um pronunciamento oficial a cada 14 de Julho, comemoração da queda da Bastilha em 1789. Este ano, Chirac decidiu substituir o pronunciamento por uma entrevista ao vivo.
Ele pediu um voto de confiança aos franceses e prometeu que o país retomará o crescimento.
A popularidade do governo está em baixa -56% dos franceses não confiam em Chirac.
Mas o presidente afirmou que não pretende trocar o primeiro-ministro, Alain Juppé.
Para resolver os problemas econômicos na França, Chirac disse que não pretende dissolver a Assembléia Nacional convocando eleições legislativas. "Não existe crise política", disse.
Entretanto Chirac admite que o país enfrenta uma "crise moral".
"Há uma inquietude profunda no coração e no espírito, uma dúvida geral, uma espécie de desordem e confusão", afirmou.
Chirac culpou as administrações anteriores -os últimos dois mandatos presidenciais de sete anos foram dos socialistas.
Desfile
Pela manhã, Chirac assistiu à parada militar na avenida Champs-Elysées.
O desfile contou com mais de 4.000 homens, 300 veículos, 156 aviões e custou 40 milhões de francos (cerca de R$ 8 milhões).

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