São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Athos é um convite para sair do mundo

CLAUDIO GARON
DA REDAÇÃO

A imensa maioria dos turistas que visitam a Grécia o faz pelas ruínas clássicas ou pelos monumentos naturais espalhados pelas ilhas e costas do mar Egeu.
Mas a Grécia guarda espetáculos que não têm nada a ver com a Antiguidade ou as praias: os mosteiros do cristianismo ortodoxo.
Os principais concentram-se numa península de 400 km 2, que constitui uma República teocrática semi-autônoma, conhecida como Montanha Sagrada, ou Athos.
A beleza da região é tal que os monges a chamam de "Jardim da Virgem". O litoral remete ao Egeu do século 19. A pé ou de barco, impera o distanciamento do mundo atual, objetivo do passeio.
O estranhamento é maior quando você descobre que o calendário é outro: lá vigora o Juliano, cerca de 13 dias atrás do Gregoriano.
Se a beleza natural convida à contemplação, nos mosteiros tudo é feito para dar aos internos e visitantes tempo de reflexão.
Os portões fecham ao crepúsculo. Na chegada, você será levado por um monge ou noviço até uma sala com aguardente, água e doces.
Mas humores de monges podem variar da mais aberta simpatia até a mais abjeta aversão aos visitantes.
O mais famoso pela simpatia é o de Símonos Pétras. Há dois caminhos para a "Rocha de Simão": a pé ou de barco, ambos a partir do porto de Dháfni.
O caminho por mar é impressionante. O recorte do litoral, contra o céu azul e a montanha verde, é um convite ao silêncio.
O mosteiro é visível a mais de 10 km de distância. Chega-se a um pequeno porto, 250 metros e 40 minutos abaixo de Símonos Pétras. A natureza vista dos balcões é de admirar ajoelhado.
Desde 1060, um decreto do imperador bizantino proíbe a entrada de mamíferos fêmeas na área.

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