São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Estátuas estão no Museu Britânico

Ministra grega tentou reaver as esculturas

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

O envio das esculturas do Partenon de Atenas para a Inglaterra, no século passado, gera até hoje controvérsia.
Gregos e britânicos ainda discutem se os Mármores de Elgin -no Museu Britânico- devem ser repatriados.
Entre 1983 e 1986, a atriz grega Melina Mercouri (1925-1994), então ministra da Cultura, liderou em vão um apelo oficial para que as estátuas, que datam do século 5º a.C., fossem devolvidas.
Na época, o Museu Britânico recusou devolver as peças alegando que as esculturas tinham sido salvas do sumiço e da deterioração sob sua guarda.
Epopéia greco-britânica
Mas a controvérsia teve origem quando as estátuas foram levadas à Inglaterra por Thomas Bruce (1766-1841), sétimo lorde de Elgin, diplomata e colecionador que quase foi à bancarrota com a empreitada.
Adquiridas por 35 mil libras esterlinas pela coroa britânica, em 1816, as peças custaram ao lorde duas vezes mais.
Descendente de uma nobre família escocesa, Thomas Bruce foi, entre 1799 e 1803, o embaixador britânico no Império Otomano e serviu em Constantinopla -atual Istambul.
Figura polêmica, o lorde obteve dos turcos -inimigos dos gregos- permissão para retirar as estátuas da Grécia.
Muitas dessas esculturas monumentais já tinham sido decapitadas e quebradas. E havia quem duvidasse de seu valor.
O primeiro carregamento afundou. Thomas Bruce enfrentou ainda uma investigação do Parlamento britânico e a oposição cerrada do poeta Lord Byron, que o acusou publicamente de vandalismo.
A despeito de tanta discussão, os Mármores de Elgin permanecem em Londres. São massas imensas, algumas delas representando figuras em trajes esvoaçantes, outras mostrando corpos despidos.
Uma colossal cabeça de cavalo e figuras da mitologia grega também se destacam.

Museu Britânico: fica em Londres na Great Russell Street, WC1B3DG, próximo da estação Russell do metrô. O tel. local é (0171) 636-1555.

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