São Paulo, terça-feira, 16 de julho de 1996 |
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Niemeyer libera exploração de sua obra
MARISA ADÁN GIL
A entidade, responsável pela documentação de todo o acervo de Oscar Niemeyer, pretende ampliar seu campo de ação, trabalhando com obras de outros arquitetos. O primeiro passo nesse sentido foi dado por Niemeyer. O arquiteto cedeu os direitos sobra a imagem de suas obras à fundação. O objetivo é dar à fundação condições para se recuperar das atuais dificuldades financeiras. "É uma nova fonte de recursos", diz Ana Lucia Niemeyer, 47, diretora da Fundação Niemeyer e neta do arquiteto. Ela pretende agora lançar a marca Niemeyer. "Queremos criar uma linha de produtos, tipo agenda, camiseta, boné, pôster, cartaz", diz Ana Lucia. "Além de angariar recursos, servirá para divulgar a obra de Niemeyer." Os produtos serão desenhados por um designer jovem, que será escolhido em concurso a ser realizado até o final do ano. Decepção A princípio, Ana Lucia pretendia também cobrar pelo uso da imagem das obras de Niemeyer. Na última semana, porém, descobriu que isso não será possível. "Foi uma decepção", diz. "Pela legislação do direito autoral, a obra-de-arte em logradouro público é bem público", afirma Ana Lucia. "Só podemos cobrar sobre o uso dos desenhos, dos projetos, não do prédio construído. Se alguém vai filmar em Brasília, por exemplo, não podemos fazer nada." Também não será possível controlar o uso indiscriminado das obras do arquiteto. "Há coisas de mau gosto. Outro dia, vi um bilhete de loteria com uma fotografia horrorosa da igreja da Pampulha. Mas não podemos impedir." Segundo Ana Lucia, quem menos se preocupa com isso é o próprio arquiteto. "Ele não vai se preocupar nunca. Dá os desenhos dele para todo mundo." Texto Anterior: Paço abre sua temporada de projetos hoje Próximo Texto: Arquiteto defende abertura Índice |
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