São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996 |
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Janela do quarto de PC não foi arrombada
VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
A janela do quarto onde foram encontrados os corpos de Paulo César Farias e Suzana Marcolino não foi arrombada, segundo foto obtida pela Folha. Segundo a versão dos seguranças que dizem ter encontrado os corpos na manhã do dia 23 do mês passado, a janela da casa de praia de PC teria sido arrombada. Pode-se constatar nas fotos, tiradas de dentro e fora da casa, que o fecho da janela está intacto. Não há sinal de arrombamento no batente, onde está o encaixe do trinco. Segundo a Folha apurou, a janela é segura e não pode ser aberta só com um empurrão. Isto é, não foi arrombada para que os seguranças pudessem entrar e constatar que PC e Suzana estavam mortos. A Folha teve acesso a todas as fotografias tiradas do local onde os corpos foram encontrados. A coleção completa das imagens demonstra que há inconsistências na versão oficial da polícia. Além da janela intacta, a foto que mais chama atenção é a que mostra a cama do casal sem os corpos. Uma grande mancha de sangue aparece no meio do lençol e em um dos travesseiros -supostamente o que estava sob Suzana. A mancha de sangue não está no local onde estavam os corpos. Há várias explicações para isso. Uma delas é que o sangue teria escorrido dos corpos do casal na hora que foram retirados do local. É comum um cadáver verter sangue pelo furo de uma bala ao ser movimentado. O que não é possível determinar é de quem seria o sangue, uma vez que o colchão e os lençóis foram queimados. A mancha de sangue no lençol é de uma cor mais viva e intensa do que no travesseiro. Por ser muito grande, a marca dá a impressão de que alguém manipulou o excesso de líquido empoçado no lençol. Essa mesma foto ajuda a aumentar as dúvidas sobre se os corpos de PC e Suzana foram ou não movimentados por alguém antes de as fotos da perícia terem sido tiradas. Pela foto que a Folha publica ao lado, é improvável que PC tenha morrido na posição em que foi encontrado. Está a cerca de um metro da parede à sua esquerda. O tiro teria de ter sido disparado de algum lugar próximo à parede. Por mais que a pessoa se aproximasse da parede, é improvável que conseguisse afastar o revólver a uma distância maior que 70 cm. Quando o tiro é feito a menos de um metro, é improvável que o ferimento provocado pela entrada da bala seja tão pequeno e sem marcas de pólvora como o de PC. Texto Anterior: Governo já estuda substituto da CPMF Próximo Texto: INSS caça fraudadora na Costa Rica Índice |
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