São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Juiz arresta bens de 7 no caso Nacional

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O juiz da 2ª Vara de Registros Públicos, Falências e Concordatas de Belo Horizonte, Manuel Bravo Saramago, determinou ontem o arresto dos bens de sete ex-diretores do Banco Nacional.
A determinação significa que todos os bens dos ex-diretores estão indisponíveis. Eles passarão a ser administrados por Luiz Antônio Rodrigues, presidente da comissão de inquérito do Banco Central que apurou irregularidades no Nacional no valor de R$ 7,5 bilhões.
A medida atinge Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto (nora do presidente Fernando Henrique Cardoso) e Clarimundo Sant'Anna, além de Arnoldo Souza de Oliveira, Benedito Fernandes Duarte, Antônio de Pádua Rocha Diniz, Décio da Silva Bueno e Antônio Fráguas Sobrinho.
A Justiça também fará um rastreamento para localizar bens que não foram informados. Tudo que for encontrado será arrestado. O juiz ainda determina que todas as corregedorias de Justiça sejam comunicadas para que a indisponibilidade seja decretada. Só os imóveis em que os ex-diretores moram não ficarão indisponíveis.
O juiz ainda examina pedido do Ministério Público de Minas para que outros 18 ex-diretores também tenham os bens arrestados. A decisão deve sair hoje ou amanhã.
O arresto é uma medida preventiva para a cobertura de parte do rombo do Nacional. Segundo estimativa dos promotores, o valor dos bens relacionados pelo BC representa cerca de R$ 150 milhões.
Na sua sentença, o juiz Saramago concluiu -ao contrário do que alega a defesa dos ex-diretores-, que Belo Horizonte é a sede e foro do Nacional e que, portanto, o relatório do BC pode ser analisado pela Justiça mineira.
A solicitação para que ex-ministros da Fazenda fossem chamados a depor não foi considerada necessária no momento. FHC, ministro da Fazenda entre 93 e 94, estaria entre os convocados.

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