São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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ANFITRIÃO

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os anfitriões Estados Unidos não vão deixar de aproveitar a oportunidade de disputar uma Olimpíada em casa e vencê-la.
A última Olimpíada ganha pelos norte-americanos foi justamente a de 84, em Los Angeles, quando parte do bloco de países socialistas não participou.
Desta vez, os EUA contarão com uma delegação de estrelas para tanto: o "Dream Team 3", no basquete; Pete Sampras, Andre Agassi e Monica Seles, no tênis; Michael Johnson, Dennis Mitchell, Gwen Torrance e Mike Powell, no atletismo; além de fortes equipes de natação, ginástica e iatismo.
O "fator casa" também contribui (na Olimpíada de Barcelona, em 92, a Espanha chegou em sexto, com 13 inacreditáveis ouros).
Mas, para voltar ao topo do quadro de medalhas, os EUA usaram outros meios além da preparação de seus atletas.
O primeiro procedimento foi incluir esportes em que é forte na Olimpíada. Está aí a razão da inserção do futebol feminino, softball e vôlei de praia.
Outro método norte-americano é esconder algumas de suas equipes dos olhos estrangeiros.
É o caso do vôlei masculino e do basquete feminino, nos quais os EUA não foram bem nos últimos campeonatos mundiais, mas que receberam especial atenção para os Jogos.
Mudanças no calendário também foram feitas para supostamente favorecer os EUA.
O exemplo é o das provas de 200 e 400 metros rasos, as quais o norte-americano Michael Johnson tentará vencer, repetindo o feito do britânico Eric Liddell, em 1924, que inspirou o filme "Carruagens de Fogo".
As provas, que eram em dias consecutivos, foram mudadas de tal modo a existir um intervalo de dois dias entre uma e outra.
Mas as facilidades não garantem nada: Johnson terá de bater nos 200 m Frankie Fredericks, da Namíbia, e Ato Boldon, de Trinidad e Tobago. (Rodrigo Bertolotto)

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