São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996 |
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Transferências mantêm avaliação crítica
FREDERICO VASCONCELOS
Mas a mudança anunciada ontem -que jogou créditos problemáticos para a holding e transferiu a Inpacel para a seguradora, agora uma controlada- pode permitir, segundo os analistas, uma situação menos desconfortável para o acionista controlador, José Eduardo de Andrade Vieira, facilitando lances que ainda não estão claros. Caixa Segundo Erivelto Rodrigues, da Austin Asis, nada do que foi anunciado resolve o problema central de liquidez do banco. O Bamerindus não tem conseguido fechar o caixa sem recorrer à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil. O banco ainda não enviou ao Banco Central o balancete de maio. Mas essa nova composição vai permitir uma análise diferente da qualidade dos ativos do banco, diz Rodrigues. Apresentará uma carteira de créditos mais enxuta. Na hipótese de uma fusão, isso poderá impedir que o atual controlador fique como minoritário. Desenho Para Carlos Coradi, da EFC Consultores, essas mudanças não revelam o desenho que está sendo traçado para o banco. "Se essa reestruturação tem alguma razão lógica é facilitar a saída da Inpacel, o problema estrutural do grupo", diz Coradi. "Eles podem achar um acionista externo interessado e, nessa hipótese, faz sentido colocar a Inpacel dentro do banco", diz. Nas últimas semanas, aumentaram os rumores de que estavam adiantados os entendimentos para uma operação da Inpacel com a canadense Habitibi Price. "Ninguém entra no negócio de papel e celulose, a não ser com muitos anos de experiência", diz Coradi. Os ciclos são longos, o retorno é demorado e é preciso ter cacife. Coradi entende que a fábrica de papel e celulose foi o primeiro e principal problema do Bamerindus: "O banco não pôde se preparar e se reestruturar como fizeram, por exemplo, o Bradesco, o Itaú e o Unibanco", diz. Texto Anterior: 'Acionista perde', diz Jacobsen Próximo Texto: CVM e Susep questionam a operação Índice |
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