São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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CVM e Susep questionam a operação

FRANCISCO SANTOS

FRANCISCO SANTOS; ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Autarquias do mercado de capitais e seguros pedem ao Bamerindus mais detalhes sobre a reforma societária

ELVIRA LOBATO
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pediu ao Bamerindus "esclarecimentos adicionais" sobre o comunicado enviado ontem pelo banco para ela e para as Bolsas de Valores, informando as mudanças na composição do grupo.
Até que esses esclarecimentos sejam dados, permanecem suspensas as negociações com títulos do Bamerindus nas Bolsas.
Segundo a Folha apurou, os técnicos da CVM consideraram o "fato relevante"do Bamerindus totalmente incompreensível.
A principal crítica ao documento foi de que ele não trazia números que revelassem os valores envolvidos nas operações feitas.
Os técnicos consideram que esses números são essenciais para os investidores avaliarem se perdem ou ganham na operação.
Um dos especialistas ouvidos pela Folha disse que a essência de um "fato relevante" é que ele seja compreensível para os investidores e o público em geral.
Na sua avaliação, o documento divulgado pelo Bamerindus só esclarecia que o controle da Bamerindus Seguros estava sendo transferido para o Banco Bamerindus do Brasil.
Susep
A mudança no controle acionário da seguradora Bamerindus depende de autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão federal que regula e fiscaliza o mercado segurador.
Pelo comunicado oficial do Bamerindus, a seguradora passará a ser controlada pelo Banco Bamerindus e não mais pela holding (empresa-mãe) do grupo, Bamerindus S/A Participações e Empreendimentos.
As mudanças incluem também uma troca nos ativos (patrimônio) da seguradora: ela entregará à empresa-mãe as ações do Banco Bamerindus que possui em carteira e, como pagamento, receberá ações da Inpacel, uma fábrica de papel instalada no município de Arapoti, no Paraná.
Márcio Coriolano, superintendente da Susep, disse que as mudanças serão avaliadas pelo departamento de controle e pela procuradoria da autarquia e que este trabalho levará cerca de 15 dias.
A Susep recebeu ontem um fax da direção do grupo Bamerindus solicitando a homologação das transferências. De acordo com Coriolano, o grupo prometeu enviar todos os dados sobre a operação "o mais rápido possível".
Para a Susep, o ponto crucial é saber se os ativos que estão sendo permutados -ações do Banco por ações da Inpacel- se equivalem em valor e se não há alteração nas reservas técnicas que garantem os seguros assumidos pela companhia.

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