São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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B&D e metalúrgicos assinam acordo hoje

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os metalúrgicos de Uberaba (MG) assinam hoje com a Black & Decker um acordo coletivo de trabalho pelo qual se comprometem a não fazer greve nos próximos quatro anos.
Em troca, a empresa oferece plano de cargos e salários, reajuste salarial com base na produtividade e participação dos trabalhadores nos lucros e resultados.
"Cumprindo o acordo, não tem por que os trabalhadores fazerem greve", disse Luiz Carlos de Souza, presidente do sindicato da categoria -filiado à Força Sindical.
Para o cálculo do aumento da remuneração a empresa se compromete a mostrar os balanços para o sindicato.
O documento, que estava em negociação desde abril do ano passado, prevê a figura do mediador (ou árbitro) para resolver os conflitos individuais e coletivos antes de qualquer processo parar na Justiça do Trabalho.
O contrato vale por dois anos, permitida a renovação por mais dois. Hoje, na solenidade de assinatura, estarão presentes o ministro Paulo Paiva (Trabalho) e representantes do governo municipal, da Força Sindical e da empresa.
Luiz Carlos de Souza disse que o modelo foi copiado de contratos da Alemanha, Itália e França. No primeiro semestre deste ano, o sindicato coordenou várias assembléias com os trabalhadores para evitar resistências e críticas.
Para garantir a participação da base, a entidade comandou, no início deste mês, uma votação secreta dentro da fábrica.
Outras garantias
Por causa do acordo, a empresa zerou as perdas inflacionárias até julho, pagando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado até junho.
Foi definido que os reajustes anuais serão negociados em julho. Foi constituída uma comissão paritária -representantes sindicais, dos trabalhadores e da empresa- para discutir a política salarial.
Na parte de benefícios, a Black & Decker concordou também em pagar até 70% de todos os gastos dos funcionários com ensino de segundo grau e superior. A empresa também se comprometeu a investir na qualificação dos trabalhadores.
As partes incluíram no texto uma cláusula que determina uma multa por descumprimento do contrato. A punição foi fixada em um salário mínimo (R$ 112,00) por dia até que a situação irregular seja corrigida.

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