São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Falta energia à velha dupla

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Electronic é um mistério. Por que dois dos músicos mais geniais dos anos 80 não conseguem fazer um disco memorável?
A resposta mais óbvia seria a síndrome John Lennon: Johnny Marr e Bernard Sumner se ressentem da falta dos parceiros originais, que os obrigavam a superar seus limites.
Outra, menos evidente, é que os dois optaram pelo caminho mais difícil: fugir das suas ex-bandas e tentar criar um som anos 90.
Em "Raise the Pressure", o esforço se traduz em dois grupos de canções: aquelas que ainda remetem ao New Order e as que enveredam pela dance music.
As melhores estão no primeiro grupo. "For You", "Forbidden City" e "Visit Me" lembram as melhores coisas de "Republic" (o último álbum do New Order), unindo com perfeição melodias simples e delicadas texturas eletrônicas.
"Free Fall" se destaca entre as dançantes. Não por acaso, é a que melhor assimilou o tecno. Deve funcionar bem na pista -ao contrário de "Until the End of Time" ou "If You've Got Love", que soam datadas.
O resto é pop agradável, mas sem energia. Talvez tenha ficado nos 80. Ou talvez Bernard Sumner tenha exagerado no Prozac.

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