São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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EUA indiciam 16 por rede de assédio sexual

Grupo é acusado de trocar informação sobre menores

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A Justiça federal norte-americana indiciou 16 pessoas nos EUA e em outros países sob suspeita de terem formado uma rede de assédio sexual a menores via Internet.
O grupo se chamava de Clube da Orquídea e trocava informações e fotos sobre menores. Segundo a acusação, dois de seus integrantes conversaram com outros pela Internet enquanto molestavam uma menina de dez anos.
A promotoria diz que o caso nada tem a ver com a lei que proíbe a veiculação de "material indecente" na Internet e que está sob embargo até a Suprema Corte apreciar sua constitucionalidade.
Os integrantes do Clube da Orquídea são acusados de exploração sexual de menores e de posse e distribuição de material pornográfico envolvendo crianças, crimes especificados em outras leis.
Três dos acusados moram fora dos EUA: um na Finlândia, um no Canadá e um na Austrália. A identidade dessas pessoas ainda não foi estabelecida. Sua ordem de prisão foi expedida com os nomes que usam na Internet.
O grupo foi descoberto depois que uma menina de seis anos se queixou a seus pais em San José, Califórnia, Costa Oeste dos EUA, por ter sido molestada pelo pai de uma amiga com quem fôra passar a noite, seis meses atrás.
A polícia vasculhou a casa do acusado, Ronald Riva, e descobriu um computador, usado, segundo outra menina, de dez anos, enquanto ela era molestada.
Riva, 38, foi preso e, a partir de suas informações, agentes da polícia federal (FBI) conseguiram acesso aos arquivos de uma fornecedora de serviços da Internet, a Internet Relay Chat, usada pelos integrantes do Clube da Orquídea.
Outro acusado, Melton Myers, 54, fôra condenado em 1971 por ter molestado duas crianças.
Segundo a acusação, cada novo sócio do clube recomendava nomes de amigos para se juntar ao grupo. De posse de um código para ingressarem na "sala de bate-papo", eles relatavam suas experiências com menores e trocavam nomes e endereços de possíveis alvos de seus futuros assédios.
Defensores da liberdade de expressão na Internet acham que o caso vai ser usado contra ela no debate sobre a lei na Suprema Corte.

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