São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Lucidez; À espera de justiça; Limite; Equívoco; Direitos iguais; Tributo sobre o vício; Gênio inaproveitado; Média; Chile; Caipira; Cumprimento

Lucidez
"Acompanho atentamente a linha editorial deste importante jornal, principalmente no que se refere à previdência social.
No particular, permito-me destacar a lucidez do editorial publicado em 13/7, onde, com rara felicidade, a Folha traduziu em termos simples e objetivos a questão da aposentadoria integral e antecipada do professor universitário, evidenciando perante a opinião pública uma distorção que precisa ser corrigida, no interesse da sociedade e da própria instituição universitária."
Reinhold Stephanes, ministro da Previdência e Assistência Social (Brasília, DF)

À espera de justiça
"Dia 18 de julho, há exatos dois anos, o mundo se surpreendeu novamente com a audácia daqueles que acreditam que o terrorismo é a solução de seus problemas.
Um carro-bomba pôs abaixo a sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), em Buenos Aires. Mais de 90 mortos.
Como brasileiros e judeus, estamos ansiosos pelos desdobramentos das investigações, depois da queda do ministro da Justiça argentino Rodolfo Barra, para que possamos acreditar que a justiça prevaleceu."
Ricardo Berklensztat, presidente em exercício da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Limite
"A anistia 'ampla', 'geral' e 'irrestrita', criada por militares à sua imagem e semelhança, só vale para eles mesmos.
O 'limite' da lei 9.140 é a vontade das Forças Armadas, cujo representante na Comissão Especial dos Mortos e Desaparecidos Políticos refere-se a vítimas fatais da ditadura como 'pessoas de nível muito baixo'.
E as autoridades civis, reféns das Forças Armadas, curvam-se a esse 'limite', que tem na Justiça Militar estadual sua mais completa tradução."
Heloísa Marques Tupiná, integrante do Grupo de Familiares de Vítimas da Violência Policial (Assis, SP)

Equívoco
"Equivoca-se o leitor Antonio José Marion (14/7). A Folha não é negativista nem o povo necessita de 'positivismo'.
A concepção que defende que só devemos 'falar bem', 'sermos otimistas' etc. é nociva à democracia, à cidadania.
A imprensa tem que ser instigante. Motivação não deve ser sinônimo de bajulação, muito menos de jornalismo com função amortecedora."
Badger B. Vicari (Francisco Beltrão, PR)

Direitos iguais
"Sobre o artigo do deputado Hélio Bicudo, 'Esterilização, aborto e homossexuais' (30/6): o projeto de lei nº 1.151 -sobre o Contrato de União Civil entre pessoas do mesmo sexo- não visa garantir o prazer dos homossexuais, como pretende o deputado Hélio Bicudo.
A legalização de uma união de fato não deve ser considerada válida apenas se for a intenção do casal reproduzir. Tal generalização é excludente, é discriminatória.
O Contrato de União Civil está sendo proposto porque as muitas pessoas do mesmo sexo que formam uniões estáveis não têm os mesmos direitos que os casais heterossexuais. É uma questão de direitos iguais e de cidadania."
Toni Reis e David Harrad (Curitiba, PR)

Tributo sobre o vício
"Parabéns à Folha pela publicação do artigo 'Um tributo manifestamente imbecil'.
No meu parecer de velho economista, deve prevalecer a opinião do dr. Gandra Martins e de Delfim Netto.
Quanto ao dr. Jatene, que seja substituído por um médico mais sensato e volte para o seu hospital.
Por que não tributar os fabricantes de vício -cigarros, bebidas alcoólicas etc.- em vez de estragar o Brasil, onerando quem trabalha?"
Enver Chéde (São Paulo, SP)

Gênio inaproveitado
"Zagallo, deixe de ser 'mané'.
Ouça-me e também ao Juca Kfouri, Alberto Helena, Matinas Suzuki, Tostão: Ronaldinho é gênio! Tem que ser titular!"
Mauricio Machado (São Paulo, SP)

Média
"'O representante médio da delegação brasileira em Atlanta pertence a um universo especial dentro do país'.
E precisava a Folha fazer pesquisa para descobrir isso?"
Lucia Márcia André (São Paulo, SP)

Chile
"Quero me referir ao artigo "Infra-estrutura do Chile não satisfaz' (16/6) Começa o artigo falando da compra de dois bancos, chamados 'Osorno' e o 'La Unión', pelo banco espanhol Santander. Errado. O banco Santander comprou um banco chamado 'Osorno y La Unión'.
Se os ambiciosos estrangeiros controlam a nossa economia, se os capitais chilenos saem para o exterior, incluindo aqui os dos fundos de pensão, se o consumo, com o qual se assusta o sr. Schwartz, aumenta descontroladamente, então como se explica que a taxa de crescimento médio do PIB nos últimos dez anos seja de 7%?
Como é que a inflação desce continuamente, há também um decênio, esperando-se uma taxa de 7% para 1996?
De onde sai a poupança interna, que já alcança 28% do PIB? Por que, segundo o quadro exposto pelo sr. Schwartz, o país só teria como opção voltar à pré-história econômica, e dar de ré, estatizando, voltando aos privilégios e ineficiência da corrupta previdência estatal etc.?"
Alvaro del Pino Sandoval (Salvador, BA)

Resposta do jornalista Gilson Schwartz - O missivista imagina entrelinhas inexistentes, vendo interpretações onde há fatos e imaginando fatos onde há polêmica. Não estou em campanha a favor ou contra o Chile. Quanto à compra do banco, houve erro de tradução ou revisão, pois de fato trata-se de um único banco. A carta poderia ter ficado aí, numa correção oportuna de forma, pois em nada afeta o conteúdo do que escrevi.

Caipira
"O presidente FHC nos chamou de caipiras. Em suas campanhas eleitorais, não me lembro de ter ouvido tal comentário dele para seus futuros eleitores."
Francisco Carlos Gonçalves (São Paulo, SP)
*
"Venho concordar com o presidente Fernando Henrique, pois como sociólogo sabe o que diz quando afirma sermos 'caipiras', evidentemente espelhando-se em si mesmo, pois tendo morado vários anos no exterior assim deve se considerar ao comparar o que está fazendo aqui com o que fazem os estadistas lá fora."
Nilson José Lagos (Curitiba, PR)

Cumprimento
"Excelente o artigo de Clóvis Rossi 'Mortos não se julgam' (9/7), sobre a controvertida morte do capitão Carlos Lamarca."
Cyro Nunes Pizzá (Brasília, DF)

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