São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Governo privilegiará quem apoiar reeleição

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A definição da reforma ministerial, que deverá ser deslanchada após as eleições, depende do resultado da votação da emenda que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para o Planalto, o Congresso deve primeiro aprovar a emenda da reeleição, para depois o governo decidir quem vai para qual pasta.
O recado é claro: o partido que votar mais unido em favor da reeleição terá como contrapartida o aumento de seu poder no governo.
Nomes
FHC decidirá os nomes de seu primeiro escalão com o mapa de votação da reeleição em uma mão e o resultado das eleições na outra.
Apesar de faltarem 76 dias para a eleição de prefeitos, a articulação dos partidos para a reforma ministerial já está a pleno vapor.
O primeiro da lista é o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). Considerado o "primeiro-aliado" do Planalto no Congresso, ele deixa a presidência da Câmara em fevereiro.
O Planalto quer que a votação da reeleição seja presidida na Câmara por Luís Eduardo. Depois, ele poderá ocupar a pasta que desejar.
As opções são muitas. O pefelista poderia ocupar o Ministério da Justiça, no lugar de Nelson Jobim. Acumularia, nesse caso, a coordenação política do governo.
O ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) seria deslocado para outro ministério, como o dos Transportes, substituindo seu colega de partido, Odacyr Klein.
Mas ele também poderá disputar a sucessão de Luís Eduardo na presidência da Câmara.
Disputa no PMDB
O problema é que há pelo menos dois outros candidatos do partido ao posto: o líder do PMDB, Michel Temer (SP), e o presidente da legenda, Paes de Andrade (CE).
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), também quer o posto, mas seu plano pode naufragar caso Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) se candidate à presidência do Senado e do Congresso.
Luís Eduardo pode ocupar ainda a pasta das Minas e Energia e conduzir as privatizações.

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