São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996 |
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FHC libera verba adicional de R$ 2,7 bi para 4 ministérios Recursos vão estar disponíveis a um mês da eleição SÔNIA MOSSRI
Os recursos serão liberados em setembro, um mês antes das eleições municipais. Depois de promover cortes de R$ 5 bilhões no Orçamento de 96, o governo não resistiu às pressões de governadores e parlamentares em um ano de eleições. As verbas serão destinadas à recuperação e construção de rodovias federais, projetos de irrigação, pagamento de benefícios previdenciários e gastos com custeio das universidades federais. O aumento dos recursos para rodovias e irrigação é uma das principais reivindicações de governadores e parlamentares junto ao Palácio do Planalto, sobretudo no gabinete do ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos). Oficialmente, os ministérios da Fazenda e do Planejamento afirmam que a liberação dos recursos a partir de setembro não está relacionada com as eleições. Os dois ministérios argumentam que exageraram nos cortes orçamentários, inviabilizando totalmente investimentos em rodovias e irrigação. Os cortes também comprometeram o pagamento de benefícios previdenciários e a manutenção das universidades. FHC vai autorizar novos limites de gastos para os ministérios por meio da assinatura de decreto. A decisão de aumentar os gastos foi política e preocupa a Secretaria do Tesouro Nacional. Com a perspectiva de queda na arrecadação de impostos, avalia-se que dificilmente o governo encerrará 96 sem déficit (despesas maiores que as receitas) no Orçamento. Orçamento 97 O Planejamento já começou a preparar o projeto de lei do Orçamento de 97, que será enviado ao Congresso até 31 de agosto. A Secretaria de Política Econômica está definindo a projeção de inflação e de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto -conjunto de riquezas produzidas no país). No momento, a secretaria trabalha com uma previsão de crescimento do PIB de 5% e uma inflação anual de 10%. Esses números não são consenso no governo. A equipe do ministro do Planejamento, Antonio Kandir, pretende evitar superestimativas no Orçamento do próximo ano. O Orçamento de 96 trouxe uma superestimativa do crescimento do PIB (4%), elaborada pelo próprio governo, o que inflou a projeção de arrecadação de impostos. Com uma receita menor, houve o corte de mais gastos. Texto Anterior: Governo privilegiará quem apoiar reeleição Próximo Texto: Reduto eleitoral de relator tem verba de R$ 6,2 mi da União Índice |
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