São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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ABL premia escritor Carlos Heitor Cony

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Pelo conjunto da obra, o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, 70, colunista da Folha, recebeu ontem da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis, o mais importante da instituição.
Saudado pelo acadêmico Arnaldo Niskier -que recordou a resistência de Cony ao regime militar e elogiou o seu último romance, "Quase Memória"-, o escritor negou que pretenda ser eleito acadêmico.
"Esse prêmio só aumenta minha disposição de não entrar para a Academia. Já tendo o mais, que é um prêmio com o nome de Machado, não preciso ter o menos, que seria ser membro da ABL."
O escritor afirmou em seu discurso que aprendeu "as primeiras letras" a partir do romance "Quincas Borba", de Machado de Assis.
Segundo Cony, seu pai, ao ler em voz alta trecho do romance, disse que, assim como ele, Machado tivera problemas de dicção.
O escritor, que publicou seu primeiro livro em 1958 e já tem dez romances editados, além de volumes de contos e crônicas, lançará seu próximo romance, "O Piano e a Orquestra", na Bienal do Livro de São Paulo. "Quase Memória", misturando recordações e ficção, já vendeu 25 mil exemplares.
Cony irá receber este ano o prêmio Jabuti, oferecido pela Câmara Brasileira do Livro, cujos vencedores foram anunciados ontem. "Quase memória" é um dos três romances premiados.

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