São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Motta autoriza 2 empresas de TV a usar satélite estrangeiro

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) autorizou a Net Sat Serviços a utilizar o satélite norte-americano Panamsat 3R para transmissão do novo sistema de TV paga por miniparabólicas.
A autorização, por portaria, foi assinada no dia 17 e publicada na edição de anteontem do "Diário Oficial" da União.
A informação de que a Globo seria autorizada a usar o satélite estrangeiro foi antecipada pela Folha no último domingo.
A Net Sat é a responsável pelos empreendimentos de TV paga via satélite das Organizações Globo, em consórcio com a News Corporation, de Rupert Murdoch, TCI (maior empresa de TV paga por cabo dos EUA) e com a Televisa, do México.
A Net Sat tem sede em São Paulo, mas 60% de suas ações estão em nome de uma empresa chamada Ivens Sociedad Anonima, registrada no final do ano passado pela Globo e pela RBS (Rede Brasil Sul) no Uruguai.
O restante do capital pertence à News DTH do Brasil, que, por sua vez, é controlada por duas empresas de Rupert Murdoch registradas em Grand Cayman, um paraíso fiscal do Caribe.
No mesmo dia em que deu a permissão para a Net Sat, Sérgio Motta assinou mais uma portaria, autorizando também a empresa Key TV, de São Paulo, a transmitir canais de TV pelo satélite norte-americano 3R.
Entre os sócios da Key TV está o ex-secretário executivo do Ministério das Comunicações, Rômulo Vilar Furtado, que ocupou o cargo por 16 anos (74 a 90).
Já são três as empresas autorizadas a transmitir TV utilizando satélite estrangeiro.
A primeira a obter a autorização foi a TVA, do grupo Abril. A empresa usará o satélite norte-americano Galaxy para concorrer com a Globo no novo serviço de TV paga por miniparabólicas.
Assim que o governo autorizou a TVA a construir uma base para enviar sinais ao satélite dos EUA, no final de abril, a Key TV reivindicou igual tratamento.
Alegou que foi a primeira a obter uma autorização para comercializar capacidade no satélite americano Panamsat 3R. Ela obteve a permissão em novembro de 94, por um despacho assinado pelo ex-ministro das Comunicações Djalma Morais.
Apesar do despacho, a empresa até agora não havia conseguido anuência do governo para construir uma base fixa para lançamento de sinais de TV para o satélite, como a autorizada para a Globo e Abril.

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