São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Nobs tem a maior discoteca do mundo

WASHINGTON OLIVETTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Le Picotin, chalé do Claude Nobs, se não for a casa mais bonita que já vi na vida, é ao menos a mais original e divertida. Fica em Caux, no ponto mais alto de Montreux, com vista para toda a cidade, o lago de um lado e os alpes suíços do outro.
Árvores frutíferas no gramado, barracos de lona branca para almoços e jantares ao ar livre, mesas de pingue-pongue, tabelas de basquete, piscina e um chalé-bar do lado direito.
A casa fica do lado esquerdo: um chalé enorme, de quatro andares, com dois relógios Tag-Heur de parede feitos especialmente para ele. Um dos relógios marca a hora de Montreux, o outro a de Los Angeles.
Cada andar é decorado com uma mistura de objetos art déco e art nouveau, originais de Paul Klee, Picasso, Roy Lichteinstein, motos Halley Davidson, BMW e Bultacco antigas, miniaturas de trens elétricos, móveis de época, contemporâneos, cadeiras de avião e originais dos pôsteres feitos para o festival por artistas como Keith Harring, Niki de Saint Phalle e Luciano Castelli.
Confeiteiro
Nos dois primeiros andares, várias salas de jantar formam pequenos bistrôs. A casa tem cinco ou seis bares diferentes, três cozinhas e até mesmo uma confeitaria (o pai de Claude foi um grande confeiteiro).
Pela casa toda, aparelhos enormes de televisão, sempre ligados, mostram teipes dos 30 anos do festival.
Pelo computador, é possível acionar qualquer show. De Nina Simone, em 76, a Paco de Lucia, Al Di Meola e John McLaughlin, juntos novamente no último 8 de julho.
É no quarto andar que mora o perigo. Impecavelmente catalogada, é lá que está a maior discoteca de vinil e CDs do mundo e a maior videoteca de música já formada, incluindo a íntegra dos 30 anos de Montreux.
Proprietário das fitas e dos direitos de tudo isso, Nobs é o dono de um grande patrimônio.
Enquanto você se serve à vontade do que quiser ver e ouvir, garçons trazem as maravilhas preparadas pelos cozinheiros suíços nos andares de baixo: racletes, salsichas brancas, batatas gratinadas, barbacues.
Tudo regado ao melhor vinho e champagne.
Quincy Jones
Mesmo assim, algumas estrelas do festival, tipo Quincy Jones, às vezes mudam de idéia e acabam trocando os almoços no Le Picotin por idas ao Le Pont de Brente, o melhor restaurante de Montreux, ou ao Gerardet, de Crissier, considerado hoje o melhor restaurante de toda a Europa.
É verdade que o Gerardet exige reservas com quase seis meses de antecedência. Mas nada que Claude, íntimo do chef, não possa resolver com um simples telefonema.
(WO)

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