São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Mogi vai atrás de ex-reitor da USP

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DA REPORTAGEM LOCAL

A Universidade de Mogi das Cruzes -que contratou como dirigente principal um ex-reitor da USP- é um modelo exemplar do movimento que está ocorrendo atualmente no ensino superior particular do país.
Começando pela concorrência. Em Mogi (50 km a leste de São Paulo) há também a Universidade Braz Cubas. Em Guarulhos, fronteira com Mogi, há a Universidade de Guarulhos. Na zona leste de São Paulo, onde mora a maioria dos estudantes da UMG, há mais quatro universidades, além de várias faculdades.
O segundo ponto em comum com diversas instituições que estão profissionalizando sua gestão e buscando melhorar a qualidade tem a ver com a sucessão dos fundadores dessas escolas.
O grande "boom" de instituições particulares de ensino superior ocorreu nas décadas de 60 e 70. A Organização Mogiana de Educação e Cultura, mantenedora da UMG, foi fundada em 1962 por Manoel Bezerra de Melo.
"Hoje, esses fundadores estão na faixa dos 65, 70 anos e, ou passam a universidade para filhos que tenham habilidade para isso, ou têm que profissionalizar a gestão", diz o presidente do Semesp (sindicato de faculdades particulares do Estado de São Paulo), Gabriel Rodrigues, 64.
Informática
O processo de qualificação da UMG também tem dois elementos frequentes entre as instituições que seguem esse caminho: criação de condições favoráveis para os professores fazerem pós-graduação e investimento em informática e em determinados cursos -que servem de "vitrine" para a universidade.
A UMG está pagando R$ 500, além do salário, para os professores que estejam fazendo mestrado ou doutorado. Tem 141 de seus 750 docentes nessa situação.
"Com esse programa, até a virada do século deveremos ter 50% do professores com mestrado e doutorado", afirma o reitor, Roberto Lobo e Silva Filho, 57.
"Para sermos a universidade que queremos, precisamos criar um clima de pesquisa", diz ele.
Nesse campo, Lobo traz a experiência de ter criado núcleos interdisciplinares de pesquisa na USP. "Pensamos em fazer algo semelhante, unindo pessoas de várias áreas, trabalhando junto a pesquisa e a extensão".
Ensino, pesquisa e extensão
No ensino de medicina ou engenharia, por exemplo, os professores e alunos dessas áreas podem se reunir nos núcleos para realizar pesquisas que possibilitem a oferta de serviços, como planejamento urbano, soluções tecnológicas para empresas, atendimento à saúde ou cursos de educação continuada.
Em informática, a UMG está instalando no campus uma rede de fibras ópticas, que interligará, por computador, os 28 cursos e 16 mil estudantes -e estes ao mundo, via Internet.
"No perfil traçado para nosso aluno, também queremos que ele saia sabendo uma língua estrangeira, preferencialmente o inglês", afirma o reitor.

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