São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996 |
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Universidade paga corre atrás de alunos
FERNANDO ROSSETTI
Resultado: ou essas faculdades e universidades oferecem "algo mais" para atrair e manter os seus alunos ou elas correm o sério risco de perder seu "público pagante" -o que as inviabilizaria, já que todas, sem exceção, se mantêm com a cobrança de mensalidades. O número de alunos matriculados em faculdades ou universidades particulares cresceu apenas 1% (11 mil pessoas) entre 1991 e 94 -último dado disponível no MEC (Ministério da Educação). Isso depois de um aumento de 18% (149 mil alunos) entre 1985 e 91. Quanto às vagas, há hoje tramitando no MEC 2.919 pedidos de criação de cursos. A inevitável "lei da oferta e da procura" já está provocando efeitos. Além de investirem em marketing, algumas instituições estão buscando garantir seu futuro com a melhoria da qualidade de seu produto, o ensino superior. 'Projeto Qualidade' O exemplo mais recente desse movimento é a UMC (Universidade de Mogi das Cruzes): contratou para formular e implantar seu "Projeto Qualidade" o ex-reitor da USP (Universidade de São Paulo) Roberto Leal Lobo e Silva Filho (leia texto ao lado). "Queremos chegar ao ano 2000 como a melhor universidade privada do Brasil", diz a vice-reitora, Maria Beatriz de Melo Gomes. Há casos semelhantes em todo o país, principalmente no Sul e Sudeste, onde a concentração de escolas particulares é muito maior. No Rio, a Universidade Gama Filho foi uma das primeiras a aderir à chamada "profissionalização da gestão acadêmica". Em 1992, a reitoria da Gama Filho passou para a mão de professores universitários. Na última avaliação da Capes -instituição do MEC que acompanha a qualidade da pós-graduação no país-, a universidade teve três de seus oito cursos classificados como A. Reflexo "Já é um reflexo desse investimento que a Gama Filho decidiu fazer", diz o vice-reitor acadêmico Manoel Tubino, 57, que é doutor em educação. A Universidade Estácio de Sá, também no Rio, passa por processo semelhante. No Norte, a Universidade do Amazonas (Unama) montou um curso de mestrado em gestão universitária. Público alvo: membros da própria universidade. "Estou querendo formar um grupo que 'exploda' aqui", afirma, entusiasmado, o reitor da Unama e presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, Edson Franco, 59. Em São Paulo, a Universidade São Marcos também criou uma pós para administradores universitários -uma profissão promissora, diante da nova realidade. Texto Anterior: Brasileiro vai viver por mais tempo em 2025; Universidade está aberta à 3ª idade; Infectologia promove atualização terapêutica; Brasil tem menos focos da doença de Chagas; Poder da imaginação é estudado em livro; Doação de sangue tem nova campanha; Reunião sobre diabetes debaterá complicações Próximo Texto: Mogi vai atrás de ex-reitor da USP Índice |
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