São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Preguiçosos amam esporte 'sem esforço'

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles adoram esporte e não querem perder um lance da Olimpíada de Atlanta -desde que não seja necessário nenhum esforço.
Nessa temporada de medalhas, os "preguiçosos convictos" usam suas bicicletas ergométricas como cabide ou como poltronas para assistir televisão.
"Reformei a sala de TV para colocar a bicicleta ergométrica e usá-la enquanto acompanhava o futebol. Mas nunca pedalei", confessa Paulo Miguel Fernandes, 36, diretor-comercial da Tropcom, uma empresa distribuidora de software.
Hoje, a bicicleta, com todos os programas digitais, é usada como uma simples cadeira para Fernandes assistir, sem falta, os jogos do seu time, o Flamengo.
O gerente de marketing da Elgin, Gino Cammarota, 34, é outro preguiçoso assumido. "Só fiz esporte na época de colégio porque era obrigado. Tenho muita preguiça", diz Cammarota.
Já reclamando da barriga que "começa a incomodar", ele diz que pretende acompanhar as finais da Olimpíada -pela televisão, com o controle remoto.
Sem tempo
Pensando estar fazendo um grande negócio, o representante de vendas Édson Aoki, 36, comprou, numa promoção, uma bicicleta de 18 marchas.
Hoje, ela é mais uma peça largada pela casa. "Mas isso não quer dizer que não goste de esporte. Vejo na televisão porque não dá tempo de praticá-lo", desculpa-se.
Aoki também aproveitou a promoção para se matricular em uma academia de ginástica em Campinas (interior de SP). "Fui na primeira semana porque a professora era bonitinha, e depois nunca mais apareci."

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