São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Estudos produtivos

ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JR.

Um dos aspectos positivos do sistema universitário americano é sua ênfase para que cada estudante procure desenvolver sua vocação de modo criativo e saiba escrever com clareza.
Essas qualidades nem sempre são encontradas nos economistas. Para superar esta deficiência, a revista "American Economist" tem pedido a economistas jovens e criativos, como Paul Krugman e outros, para que escrevam artigos sobre como trabalham.
Krugman, por exemplo, recomenda cinco regras: "escute com atenção às indagações dos leigos, questione as perguntas, ouse parecer tolo, simplifique e simplifique mais e escreva bem".
Gregory Mankiw diz que segue seis regras: buscar estar perto de bons mentores, trabalhar com bons co-autores, ter interesse sobre vários assuntos, planejar com cuidado a distribuição do tempo, suar para escrever bem e, por fim, divertir-se com o trabalho.
Avinash Dixit cita um exemplo do Prêmio Nobel Richard Feynman. Certo dia, Feynman estava descansando em um dos gramados da Universidade de Cornell e perto dele alguns estudantes jogavam "frisbee" (disco que vai rodando pelo ar de acordo com o impulso que é dado a ele).
Feynman notou que o símbolo de Cornell no meio do disco parecia girar a uma velocidade maior do que a do disco. Feynman pôs-se a calcular a relação entre as duas coisas e chegou a uma proporção simples de dois para um. Acabou ganhando um Nobel!
A lição é que não se deve buscar o melhor tema ou a resposta final, mas seguir a intuição, não se prender a regras rígidas sobre o que é "correto", trabalhar muito e aprender a escrever bem.

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