São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996 |
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Executiva aprende a vender prensa
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
Elas desistem de conversar quando Paola conta que é superintendente-comercial de uma empresa que fabrica bens de capital sob encomenda, como prensas e outros equipamentos para as indústrias automobilística e siderúrgica, a Innobra Innocenti Indústria Mecânica S/A, com sede em Ermelino Matarazzo, zona leste da cidade de São Paulo. Para a própria Paola, demorou algum tempo para que aprendesse a conviver com as tecnicalidades dos produtos da Innobra, onde foi trabalhar há quatro anos, a chamado do pai, um dos controladores da empresa. Ela reconhece que continua não sabendo todos os detalhes técnicos dos equipamentos, mas acha que nem precisa saber. Seu papel dentro da empresa é vender os produtos. Volta aos lucros? E isso ela acha que está ajudando a fazer: este ano, o faturamento da empresa tende a crescer mais de 40% em relação a 95, uma taxa muito expressiva especialmente para o setor de bens de capital, que enfrenta sérias dificuldades. A previsão de Paula é de que a Innobra também volte a ser lucrativa este ano, depois de ter fechado sem lucros, mas também sem prejuízo no ano passado. Até 1992, ela trabalhava como publicitária, primeiro na TV Gazeta e mais tarde como sócia de uma agência de propaganda. Quando seu pai resolveu assumir a administração da Innobra, chamou a filha para ajudá-lo (o irmão de Paola dirige outra empresa que não tem nada a ver com a família). Ela não vê problemas numa empresa familiar. "O dono tem de estar presente no dia-a-dia da companhia, mas tem de ter também a coragem de mudar o que é preciso ser mudado" explica. Paola não enfrentou preconceitos por ser mulher. Alguns dos seus clientes chegam até a brincar, dizendo que foi uma decisão estratégica da Innobra colocar uma mulher dirigindo as vendas. Texto Anterior: Olimpíada puxa vendas de TVs Próximo Texto: Empresa investe em nicho de mercado Índice |
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