São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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BC tenta acelerar a solução do Banespa e Bamerindus

Prazo para casos pendentes termina em dezembro, com o Proer

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os primeiros sinais da crise do setor bancário começaram a aparecer em julho de 94, primeiro mês do Real, mas as medidas para contornar o problema só começaram a surgir um ano depois.
Hoje o Banco Central corre contra o tempo. Quer resolver até o final do ano os últimos dois casos importantes pendentes: o Bamerindus e o Banespa.
É que expira em dezembro o prazo para as operações do Proer, como prevê a MP (medida provisória) que criou o programa de socorro aos bancos. Estender esse prazo traria desgaste para o governo e para o setor financeiro.
Logo no lançamento do Real, o governo, temendo uma explosão do crédito bancário e do consumo, elevou todos os percentuais de depósitos obrigatórios dos bancos.
O compulsório sobre contas correntes, por exemplo, subiu de 48% para 100%. E foi criado um sobre aplicações a prazo de 30%.
Com o recolhimento brusco de recursos, os bancos menos capitalizados passaram a ter dificuldades. Bancos pequenos, como o Garavello, foram liquidados pelo BC.
Quando foi criado o compulsório de 15% sobre operações de crédito, em outubro de 94, foram os bancos estaduais que sentiram.
O Banespa, que tinha empréstimo concentrados no Estado, sofreu intervenção em dezembro.
Também em dezembro, o Econômico começou a ficar sem dinheiro para cobrir seus compromissos diários. Passou a emprestar do BC e dos bancos federais.
Somente após a quebra do Econômico, em agosto de 95, o BC decidiu criar um seguro aos depositantes -previsto na Constituição.
Quando chegou a vez do Nacional (novembro de 95), o governo editou uma MP permitindo ao BC fazer intervenções preventivas em bancos. A medida era estudada desde o lançamento do Real.
(GP)

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