São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Guerra ou paz?

JUCA KFOURI

Começou e só acaba no dia 4. E começou bonito, numa festa menos tecnológica do que os americanos costumam fazer -remember Los Angeles-84- e mais humana, mais soul, certamente por ser no sul, na Geórgia, on my mind.
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Já dizia o general Golbery que todo homem merecia ter duas gripes por ano, daquelas de deixar 15 dias na cama, para poder pôr a leitura em dia.
Pois era tudo que eu queria agora, só para ficar vendo TV.
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Mas, afinal, começou o quê? A Olimpíada, segundo consta, ou a 26ª Guerra Mundial, segundo anuncia a Nike? No ouro você ganha, na prata você perde, diz a campanha da mesma marca em Atlanta. É mesmo? Sem nenhuma preocupação politicamente correta, parece que estão exagerando.
Se não, que venham os holligans, destruam tudo, que venha o doping, porque guerra é guerra. Dêem a paz uma chance. Por pequena que seja.
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O artigo do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, nesta Folha, sexta-feira, é um primor de bom senso. Quanto maior for a nossa expectativa de medalhas brasileiras, maior será a frustração. Melhor será esperar pouco e ter belas surpresas.
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Eduardo Farah anda todo pimpão, feliz da vida com a viagem que fez aos Estados Unidos, a convite da direção da TVA, para assistir às finais dos chamados "Jogos Radicais", da ESPN.
O pretexto da emissora, que transmite os jogos do Campeonato Paulista e costuma fazer "guias" da competição altamente elogiosos ao cartola, foi o de mostrar as novas técnicas de transmissão. Cá entre nós, não precisava de pretexto algum.
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A revista "Placar" deste mês presta mais um bom serviço ao mostrar o caixa dois do Santos, que registra contratos de seus atletas abaixo do que realmente paga a eles -uma realidade, de resto, comum a todos os clubes do país da sonegação.
Pelé considera positiva a revelação e disse ser favorável ao fim dessa "pouca vergonha". Mas estranhou que só o Santos tenha sido denunciado e desafiou a CBF a mostrar também os contratos dos jogadores de outros clubes.
Ele acha que o Santos foi o eleito exatamente por ser o clube dele.
Pode ser, de fato. O que é um problema do ministro, do clube e da entidade, jamais do repórter que fez a matéria.
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Em tempo: o Santos ainda não depositou o 1% de lei relativo à venda de Giovanni ao Barcelona e destinado ao fundo de assistência ao atleta.

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