São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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CBF resolve usar aparato antibombas

Time teme atentado em cartas

MÁRIO MAGALHÃES; MARCELO DAMATO
DOS ENVIADOS A MIAMI

O medo de atentados com artefatos explosivos levou a seleção brasileira masculina de futebol a pedir exame com detector de metais e raio X dos pacotes destinados a integrantes da equipe.
Um memorando da chefia da delegação foi entregue ao hotel onde a equipe se hospeda, o Biltmore-Coral Gables, na Grande Miami (sul dos Estados Unidos).
O documento proíbe a entrega direta de qualquer encomenda, inclusive cartas, a destinatários do sexto andar, onde ficam os atletas.
"É melhor prevenir do que remediar", afirmou o coordenador de logística da seleção, Tadeu Lannes, representante da Confederação Brasileira de Futebol nos EUA.
"Nunca se sabe se um louco pode enviar algum explosivo, como uma carta-bomba", disse ele.
A utilização de equipamentos preventivos contra explosivos é generalizada em Atlanta, sede dos Jogos, mas revela preocupação especial na seleção brasileira.
Em viagens da equipe pelo mundo inteiro, não é comum a utilização de detectores.
A decisão de empregá-los partiu da CBF e não das autoridades locais.
A medida foi tomada antes da explosão de um avião da TWA, que iria para Paris, na quarta-feira, supostamente causada por atentado terrorista.
Mas, dois dias depois, havia três seguranças acompanhando um jogador na piscina do hotel, o que não ocorria antes.
Segurança privatizada
A segurança da seleção é totalmente desvinculada da providenciada pelo comitê organizador dos Jogos Olímpicos para as outras equipes.
O comitê condicionou a cessão de seguranças à concordância, pela CBF, de hospedar a seleção numa vila olímpica de Miami.
Como os brasileiros se recusaram a ficar na vila olímpica, preferindo arcar com as despesas de um hotel, o comitê não ofereceu nenhum segurança.
Assim, a CBF requisitou policiais a duas prefeituras da região de Miami.
Há 8 batedores do ônibus da seleção, 4 no hotel e 20 que se revezam. O hotel Biltmore cedeu três homens.
(MÁRIO MAGALHÃES) (MARCELO DAMATO)

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