São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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O INCRÍVEL ACONTECE

A má administração dos recursos públicos é definitivamente um dos piores males que assolam o país. Verbas existem, mas são cotidianamente mal empregadas e, por vezes, até mesmo esquecidas, sem que se lhes dê uma outra destinação.
É o caso, por exemplo, das verbas para o combate à Aids destinadas ao município de São Paulo. De um total de R$ 1,7 milhão enviados pelo Ministério da Saúde (com recursos do Banco Mundial) à cidade para realizar majoritariamente campanhas de prevenção, apenas 4% foram utilizados. A maior parte desse dinheiro deve ser obrigatoriamente gasto em campanhas contra a Aids.
Pouco importam as razões alegadas pela prefeitura para a não-utilização dos recursos, o fato é que existe dinheiro que não está sendo utilizado. E isso apesar de o governo federal já estar pagando juros pelos recursos do Banco Mundial.
Por mais notáveis que sejam os avanços científicos no controle da síndrome, trata-se ainda de uma moléstia incurável que só pode ser efetivamente combatida por meio da prevenção. Isso significa a realização de campanhas educativas que expliquem como se dá a transmissão do vírus HIV e as formas de evitá-la.
É profundamente lastimável, para dizer o menos, que não se utilizem os recursos disponíveis para combater essa terrível moléstia.

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