São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996 |
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Mudança de casa pode virar pesadelo
FABIO SCHIVARTCHE
Entre janeiro e abril de 94, o órgão registrou 67 atendimentos. No mesmo período de 96, as reclamações saltaram para 104 -um aumento de 55,2% (veja ao lado). A professora Mary Jane Costa Pereira, 34, perdeu todos seus móveis, eletrodomésticos e até alguns documentos na mudança de Fortaleza para São Paulo, em março deste ano. Ela contratou a empresa Rápido Oriente, sediada em Guarulhos, e veio de avião com o marido esperar o transporte da bagagem para sua nova casa, na Vila Mariana (zona sul). Segundo Mary Jane, a empresa garantiu que faria a entrega em, no máximo, dez dias. "Depois de um mês da assinatura do contrato, a Rápido Oriente alegava que não tinha caminhão para fazer o transporte", conta. Irritada com o atraso, Mary Jane telefonou para a empresa para reclamar e recebeu uma notícia ainda pior: o caminhão que transportava a carga sofreu um acidente na estrada, destruindo móveis e objetos pessoais. "Perdi 90% da minha casa", lamenta. Impossibilitada de fazer o serviço, a Rápido Oriente havia contratado uma empresa sediada em Belo Horizonte (Mudanças Janaína) para executar o transporte. Segundo Mary Jane, que já entrou na Justiça com ações de danos morais e de ressarcimento dos prejuízos financeiros, a Rápido Oriente é a responsável pela mudança, já que não havia autorização para a terceirização do serviço. O procurador da Rápido Oriente, Antônio Ferreira da Silva, 45, afirma que a consumidora autorizou a empresa a contratar outra transportadora. "Se ela nos passar uma procuração, nosso advogado vai tentar indenizá-la", diz Silva. A reportagem procurou a Mudanças Janaína, mas foi informada que todos os diretores estavam em férias. 'Experiência terrível' A administradora Cláudia Vallone, 30, afirma que teve uma "experiência terrível" com o transporte de sua mudança. A empresa contratada encontrou dificuldades em transportar uma estante para o apartamento novo (no oitavo andar). Os funcionários se comprometeram a acabar a mudança no dia seguinte, mas não voltaram. "A estante ficou na garagem até os vizinhos reclamarem. Tive de pagar para outra pessoa fazer o serviço", diz Cláudia. Texto Anterior: Ruas de São Paulo recebem a partir de hoje notas de 'legal' Próximo Texto: Cliente deve ter contrato Índice |
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