São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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Terceirização pode virar pesadelo

MARCELO CHERTO

Esta é uma história verídica. Era uma vez um empresário que resolveu adotar o franchising para expandir seu negócio. Era bem-sucedido no que fazia, tinha umas tantas filiais e percebia que havia muito mercado a ser explorado. Mas não dispunha dos recursos para expandir sua rede. Solução: franquear.
Como se tratava de algo desconhecido para ele, buscou uma consultoria. Pesquisou umas quatro ou cinco. E se encantou com duas: uma, que não apenas custava uns 10% mais caro do que as demais, como também dizia que ele deveria montar equipe própria para cuidar da venda das franquias.
A outra, que acabou contratando, era o oposto: pediu honorários mais baixos que as outras. Disse que a formatação seria rápida. E, maravilha das maravilhas, disse que o franqueador não precisaria se preocupar com o atendimento aos candidatos a franqueados. A consultoria cuidaria de vender as franquias, mediante uma comissão.
Assim, o franqueador não precisaria desembolsar muito dinheiro, nem se aporrinhar com vendas e outros "detalhes". Em pouco tempo venderam algumas dezenas de franquias. Agora, o franqueador descobriu que tem uma bomba nas mãos. Muitos franqueados não têm o perfil adequado, nem as lojas estão localizadas nos locais corretos.
Os franqueados se queixam de falta de apoio do franqueador e de falhas na formatação. Dizem que compraram uma coisa e que lhes entregaram outra. Alguns estão processando o franqueador.
E a tal consultoria? Diz que não é com ela. Que fez aquilo a que se comprometeu. Como diria Drummond: "E agora, José?"

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