São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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Edinanci e Aurélio têm reclamações

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DO ENVIADO A ATLANTA

"Não foi waza-ari porra nenhuma", reclamou um irritadíssimo Aurélio Miguel diante da decisão da arbitragem, a 20 segundos do fim da luta com o polonês Pawan Nastula, pela semifinal olímpica.
O waza-ari, assinalado pela arbitragem, é o ponto mais alto antes do ippon (golpe decisivo, que encerra a luta). Com ele, o polonês tirou de Aurélio a chance do ouro.
"Foi sacanagem!", bradou o técnico Geraldo Bernardes, descontrolado com a decisão.
Quem também lamentava a derrota olímpica, ontem, era a judoca Edinanci Fernandes da Silva. Após perder para a russa Svetlana Gundarenko e para a alemã Johanna Hagn, a pesado brasileira ficou em sétimo lugar.
"Não tive combatividade e experiência suficientes", disse.
Apesar de Aurélio e seu técnico lamentarem a decisão do juiz, nem todos concordam que houve erro.
Mateus Sugizaki, por exemplo, técnico brasileiro que acompanhou a luta, considerou acertada a decisão do juiz.
O treinador polonês Wojcech Borowiak disse que o brasileiro agiu como um "ator", para "impressionar a arbitragem".
Borowiak, contudo, não escondeu os dons artísticos de seu próprio comandado: "Ele não tinha nada no joelho", afirmou, confirmando uma longa simulação do atleta, considerada pelos brasileiros um estratagema para ganhar fôlego. "Ele sempre faz isso", acusou Bernardes.
Aurélio iniciou sua trajetória para o bronze enfrentando o argentino Alejandro Bender, que bateu por ippon a 3 segundos do final. A seguir, pegou Sergei Chakimov (Cazaquistão) -que sofreu três faltas por pouca combatividade.
Na terceira luta, enfrentou Antonio Felicité (Ilhas Maurício). Conseguiu um novo ippon. Foi quando encontrou o polonês Nastula.
"O judô é muito cruel e minucioso", dizia Aurélio à Folha, antes da competição. "Na Olimpíada, as lutas são decididas no detalhe."
(MAG)

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