São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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Olimpílulas-1

JUCA KFOURI

A degradante imagem do grande Muhammad Ali foi a melhor homenagem que os organizadores da festa de abertura das Olimpíadas poderiam ter feito à dita nobre arte.
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A Sportv está fazendo uma cobertura inteligente dos Jogos. É quem mais dá opção aos telemaníacos, fugindo do que está no ar nos outros canais, coisa que as redes abertas menores, como a Record e a Manchete, também poderiam fazer. Enquanto nossas meninas do vôlei arrasavam as peruanas, por exemplo, a Sportv mostrava que a diferença entre o time americano de futebol e o argentino é menor, pasme, que a diferença entre o "Dream Team 3" e a seleção argentina de basquete.
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A falta de luz no Georgia Dome, quando a Argentina derrotava o "Dream Team 3", deve ser atribuída mesmo a um problema de energia elétrica e não a alguma manobra dos dirigentes -como seria lícito supor se tivesse acontecido na cidade de Campos, do Caixa D'Água.
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Agora, se eu fosse o técnico argentino, jamais voltaria para o segundo tempo.
No intervalo, mandaria o time se vestir rapidinho, fugiria para o aeroporto, sequestraria um avião e iria direto para Buenos Aires.
Lá, seria recebido como herói e entraria para história por ter perdido só por dois pontos dos profissionais da NBA.
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Ufanismos à parte, o "Mão Santa" Oscar não caberia como uma luva neste "Dream Team"?
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Já a rainha Hortência perdeu a forma, mas manteve a majestade.
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A brilhante prata do nadador Gustavo Borges nos 200 m livres não consta da previsão de 11 medalhas para o Brasil da revista norte-americana "Sports Illustrated".
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Muito menos a de bronze do exemplar Aurélio Miguel, um judoca que nunca se limitou a lutar nos tatames e sempre denunciou a cartolagem.
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Se para o futebol masculino derrotar o Japão era considerado uma obrigação, a Noruega, campeã mundial, era um fantasma para o feminino. Pois empatamos.
E olhe que já há quem chame a nossa goleira de Meg Chicken, tamanho é o gosto dela por uma penosa.
Em compensação, nossa melhor atacante clareou tudo. Preta, preta, Pretinha!
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Como o Tiririca, prometo não falar mais do Ronaldo, Ronaldinho de Jesus, que joga tanta bola, mas ao Zagallo não seduz.

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