São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996 |
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Gregory Peck é o existencialista de punhos fortes
MARCELO REZENDE
Uma espécie de filme de esforço de guerra -realizado cinco anos depois do conflito ter terminado-, o filme traz a história de um comandante que tem, por obrigação, conduzir um esquadrão de aviadores à vitória. Henry King trabalha então com a figura, clássica, do herói. Um homem que, ao menos por um momento, se mostra mais valoroso do que seus companheiros. Seu território é a plena virtude. A maneira que King incorpora nesse homem, interpretado por Gregory Peck, um pouco de humanidade é seu achado. A todo momento ele se sente desconfortável, como se não coubesse na grandeza da tarefa. "Almas em Chamas" não é, certamente, um filme tão memorável quanto "O Matador". Talvez se aproxime mais de outros trabalhos de King, de um certo apelo ao sentimentalismo de "As Neves do Kilimanjaro". Mas, de toda a maneira, o filme nos conduz a um cinema, e a um personagem, que permeia a obra do diretor: o herói imaginado pelo escritor Ernest Hemingway em seus livros. Um sujeito que combate a angústia existencial com os punhos, mais do que com as idéias. Se ele sofre, se apaixona ou deseja, faz desses mesmos estados um impulso em direção à batalha. Tudo para ele, assim como nosso herói de "Almas em Chamas", é uma simples questão de vitória. Texto Anterior: Mau humor aguarda horário eleitoral gratuito Próximo Texto: Bridges dão força a 'Susie' Índice |
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