São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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Esclarecimento; Saúde pública; Frustração; Vale; Bons tempos; Destino do dinheiro; Desinformação; Crítica construtiva; Afronta à legalidade; Propaganda inoportuna

Esclarecimento
"A reportagem publicada em 21/7 a respeito do programa de TV da campanha do senador José Serra à Prefeitura de São Paulo não corresponde ao meu pensamento e à minha entrevista.
Gostaria de esclarecer alguns aspectos que, certamente, não ficaram claros aos leitores desta Folha.
Não faço campanha para quem não acredito. Não sou daqueles que acham que publicitário ganha eleição.
Quem ganha eleição é o candidato. E é por isso que acredito na vitória de Serra.
Disse ao repórter que considero Serra o candidato mais preparado. Disse ao repórter que acho que o eleitor quer um candidato capaz de resolver os grandes problemas de São Paulo e que esse é o perfil de Serra.
E é exatamente por isso que vamos fazer um programa que mostre quem é José Serra e quais são as suas propostas para administrar São Paulo.
Serra pensa por si mesmo e não precisa, de maneira alguma, ficar escondido atrás de quem quer que seja ou de truques de televisão.
Tenho a mais absoluta certeza de que no dia 1º de janeiro de 1997 Serra vai tomar posse como prefeito de São Paulo e a vida vai melhorar para quem mora nesta cidade."
Geraldo Walter, publicitário (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Carlos Eduardo Alves - O publicitário Geraldo Walter contesta aspectos que não constam da reportagem da Folha.

Saúde pública
"A recente lei do senhor presidente Fernando Henrique Cardoso proibindo o fumo em recintos fechados é, sem dúvida alguma, a mais importante medida no campo da saúde pública.
O tabagismo é um sério risco para a saúde, devastando todo o organismo, e responsável por milhões de mortes em todo o mundo."
Mário Negreiros dos Anjos (Niterói, RJ)

Frustração
"'Há quem não compreenda que um ato administrativo seja isento de lucro pessoal; há até quem pretenda embaraçar-me em coisa tão simples como mandar quebrar as pedras dos caminhos'.
Graciliano Ramos escreveu esse conceito no famoso relatório da Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1929.
O velho Graça, que no fundo era otimista, devia, com razoável certeza, prever um ótimo futuro para Alagoas no fim do século.
Frustar-se-ia se por aqui aparecesse. Constataria que aqueles que ainda hoje dominam seu Estado são um misto de Paulo Honório e Julião Tavares, personagens de "São Bernardo" e "Angústia"."
Olavo Cabral Ramos Filho (Rio de Janeiro, RJ)

Vale
"É verdade que, agora que o ministro Adib 'jatene' os 0,20% para a tal CPMF, ele quer fazer 'vale' no Tesouro por conta de futuras emissões de cheques? Malandro, hem?"
Curt Nees (Joinville, SC)

Bons tempos
"Bons tempos aqueles quando a Dutra era conservada pelo DNER. Quando a estrada era administrada pelo governo federal (DNER), para fazer reparos na pista os carros passavam numa faixa paralela enquanto a outra era reparada.
Hoje, a forma de reparar é bem ruim para o tráfego e até perigosa, pois a construtora arranca a capa velha das duas faixas ao mesmo tempo e assim ficam buracos enormes devido ao tráfego de caminhões pesados."
Pedro de Oliveira (Guaratinguetá, SP)

Destino do dinheiro
"Antes de lamentar a inevitabilidade da CPMF, Bresser Pereira e Luís Nassif devem se dar o trabalho de acumular, e depois colocar em ordem de prioridades, a extensa lista das despesas e investimentos governamentais.
Ninguém desconcordaria que saúde deve estar no topo dessa lista, e ninguém é cego à imagem de um pobre morrendo por causa de um SUS.
Mas também ninguém é cego a um governo que dispõe de dinheiro para financiar os turismos inexpressivos de FHC, a pior que inútil Voz do Brasil e um Congresso que ganha bem, gasta bem, e trabalha pouco."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

Desinformação
"Lendo o artigo do sr. Gastão A. de Toledo (3/7), me pergunto por que o brasileiro escreve artigo baseado em artigos que leu em algum lugar e igualmente desinformados.
O consumidor brasileiro não paga caro por uma gasolina de má qualidade, pois ela é mais barata que um litro de água ou que uma cerveja e é exportada para os EUA (mercado mais exigente do mundo).
O senhor poderia informar também ao público leitor da Folha qual dinheiro público é aplicado na Petrobrás? E desde quando? (A Petrobrás gera seus próprios recursos).
Os petroleiros são nacionalistas sim, pois trabalham para abastecer esta imensa nação."
João Fernando Zacher (São Francisco do Sul, SC)

Crítica construtiva
"A irritação do leitor Marx Golgher ('Painel do Leitor, 12/6) com meu artigo de 29/5 sobre os efeitos da volubilidade de FHC demonstra seu desespero em não admitir que este governo já é responsável pela piora de muitos serviços federais.
'Perplexo' está o povo brasileiro com o desemprego, quebra das firmas nacionais, 'downsizing', 20% de inflação com salário congelado etc. e com a incapacidade de pessoas como o sr. Marx de entender crítica construtiva, apelando para ironia, sobretudo diante de um eleitor social-democrata frustrado e esclarecido, que dava crédito a FHC."
Fernando Pimentel de Souza (Belo Horizonte, MG)

Afronta à legalidade
"É uma verdadeira afronta à legalidade e demonstração de total ignorância jurídica a declaração do sr. Cristiano Ribeiro da Luz (9/7).
O tombamento tem por finalidade a preservação do bem tombado. Não se pode utilizá-lo para o fim de 'desvalorizar' os imóveis com vistas ao barateamento de eventuais indenizações nas desapropriações."
Priscilla F. da Cunha (São Paulo, SP)

Propaganda inoportuna
"Inoportuna, desumana e fora de qualquer propósito a propaganda que a Philco está veiculando. Nela, supostos humanos torturam ETs para tirar deles segredos industriais.
Num momento em que a sociedade brasileira luta para abolir essa prática responsável pelo sacrifício de tantas vidas e punir esse crime hediondo, vem essa empresa tentar nos impingir tal prática, à guisa de propaganda."
Antonio do Amaral Rocha (São Paulo, SP)

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