São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Governistas são os mais influentes

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados e senadores mais influentes do Congresso pertencem à base de sustentação do governo, conforme pesquisa que acaba de ser concluída pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Em primeiro lugar vem o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), cotado para a coordenação política do governo e virtual candidato à Presidência da República.
Em segundo vem o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também virtual candidato à sucessão presidencial.
Apenas três nomes são de partidos de oposição ao governo: Miro Teixeira (PDT-RJ), José Genoino (PT-SP) e Eduardo Suplicy, também do PT-SP (veja quadro).
Cabeças do Congresso
A pesquisa foi feita entre os parlamentares classificados de "cabeças do Congresso", que integram uma publicação anual do Diap (ao todo, eles são cem).
O Diap pediu aos parlamentares considerados mais influentes que indicassem os dez principais "operadores" do Congresso, que decidem e sustentam as decisões do Legislativo. O critério foi subjetivo.
A partir do 11º colocado, são citados vários nomes, mas com poucos votos. Para o Diap, isso indica que "existe uma diluição das lideranças congressistas".
A maior parte dos que responderam à pesquisa é do PT (30,4%), seguida por PMDB (19,6%), PSDB (13%), PFL (10,8%), PTB (8,6%), PPB (8,6%), PPS (4,3%), PC do B (2,1%) e PSB (2,1%).
Decisões
Segundo o Diap, os "dez mais" definem a agenda, o ritmo de funcionamento e sobretudo conduzem o processo decisório.
Por isso, conclui, não existe "qualquer fundamento na acusação de que a oposição é que atrapalha o processo legislativo".
A segunda constatação do Diap é que os mais influentes do Congresso são, em sua maioria, adeptos da economia de mercado e, portanto, identificados com as reformas propostas pelo governo.
A terceira e última constatação citada pela entidade sindical é que os "dez mais" estão entre os que mais aparecem na mídia.
Sob o aspecto regional, pertencem a regiões ricas ou aos Estados mais ricos de regiões pobres.
Metade é originária da extinta Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação do regime militar.

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