São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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FHC teme derrota na votação da CPMF

Câmara pode apreciar tema em agosto

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso e seus principais líderes no Congresso não dão como certa a aprovação, nesta semana, da Contribuição Financeira sobre Movimentação Financeira (CPMF), o imposto do cheque.
Aprovada em 1º turno no dia 10 passado, a CPMF precisa ser votada mais uma vez pela Câmara. Na primeira votação, o presidente se empenhou pessoalmente.
"Acho difícil repetir o quórum, que foi de 479 deputados. Mas, com 450 ou 455, já poderemos votar", diz deputado Michel Temer (PMDB-SP), líder de seu partido na Câmara.
Para Temer, entretanto, é impossível prever quantos deputados estarão em Brasília nesta semana. "Hoje (ontem), apesar de ser apenas uma segunda-feira, não havia deputado para o pinga-fogo depois da 15h30", disse Temer.
O "pinga-fogo" é uma sessão apenas para discursos dos parlamentares. Tudo é gravado, e trechos aparecem no programa de rádio oficial "Voz do Brasil".
Para o líder peemedebista, "se não houver quórum, o Luís Eduardo (Magalhães, presidente da Câmara) terá de adiar a votação".
Como na semana que vem não deve haver sessão deliberativa, a CPMF ficaria para ser votada apenas em agosto.
Assessores palacianos faziam uma analogia com o jogo da seleção brasileira de futebol nas Olimpíadas, que perdeu para a do Japão anteontem, nos Estados Unidos.
Para o ministro Luiz Carlos Santos (Coordenação Política), a CPMF tem de ser votada de qualquer forma nesta semana. "Vamos conseguir quórum", afirma.
O presidente FHC deve, a exemplo da votação em primeiro turno, voltar a telefonar a deputados pedindo apoio. Segundo o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, FHC não está à procura de opções à CPMF. "Ao contrário, ele acha que o momento agora é de aprovar no segundo turno."

Colaborou a Sucursal de Brasília

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